Telescópios: em casa com a cabeça na lua

Para quem queira aproveitar a quarentena para andar de olhos postos no céu, há noções importantes a considerar

Em tempos de confinamento, os telescópios podem ser um escape precioso. Abertura e estabilidade do aparelho são características a ter em conta.

Reza a história que há mais de 400 anos Galileu Galilei aperfeiçoou a luneta inventada pelo holandês Hans Lippershey e viu a Lua como ainda ninguém a tinha visto. Eram os primórdios do telescópio, num tempo em que o firmamento se abria como catálogo onde ainda havia quase tudo para explorar. Um ano depois, já o físico italiano tinha conseguido observar Júpiter, os anéis de Saturno, as manchas solares e as fases de Vénus. Desde então, mudou quase tudo – como, por exemplo, a teoria de que era o Sol a girar à volta da Terra. Mas o telescópio resistiu, como janela para esse largo infinito que é o céu. Como escape também. Ainda mais em tempos de confinamento.

Para quem queira aproveitar a quarentena para andar de olhos postos no céu, há noções importantes a considerar. Desde logo a de que, quando se adquire um telescópio, há que ter em conta a abertura. Ou seja, o diâmetro da lente ou espelho. “Quando usamos um telescópio estamos a observar luz, portanto quanto maior for a abertura mais luz o aparelho vai captar. O que significa que vamos captar mais objetos e com mais resolução”, pormenoriza João Martins, da Astroshop. O mínimo recomendado são 150 mm, avisa.

Outra característica relevante é a estabilidade da estrutura. “Tem a ver com o tipo de montagem”, especifica, aconselhando, para “um principiante que queira avançar”, os modelos dobsonianos, por garantirem maior abertura e estabilidade por menor preço. Para quem queira fazer do hobby coisa séria, ainda há os equipamentos motorizados, que acompanham a rotação da Terra e ajudam a “segurar” os elementos no campo de visão.