Seringas: injeções para todos os gostos

As seringas alteraram tamanhos mas nunca perderam a funcionalidade

Um pequeno tubo, um êmbolo e uma agulha. Este trio compõe a seringa, instrumento simples de alcance enorme de utilidade. Há-as, às seringas, de vários tamanhos, a forma de aplicação é que é praticamente a mesma. O líquido presente no tubo é empurrado pelo êmbolo, a agulha encarrega-se depois de o inserir no destino final.

Tal como em alguns filmes, fica desde já o aviso que as próximas linhas podem ferir a suscetibilidade dos mais impressionáveis. É que as primeiras seringas, inventadas pelo oftalmologista árabe Ammar al-Mawsili no século IX, tiveram como intuito remover cataratas. Sim, eram literalmente espetadas em olhos doentes, dos quais era sugada a parte danificada. Formadas por vidro oco, pouco tinham de práticas e higiénicas.

Foi preciso chegar ao século XVII para que o cientista francês Blaise Pascal, o mesmo que inventou a máquina de calcular, aperfeiçoasse a seringa para uso médico. Foram realizadas várias experiências antes da primeira injeção num ser humano, sobretudo em cães a quem era inserido ópio por via intravenosa. Só no século XIX, porém, na Escócia e em França, graças respetivamente a Alexander Wood e Charles Pravaz, é que as seringas passaram a ser objeto comum nas práticas clínicas, em particular na aplicação de morfina. Ambos desenvolveram um instrumento eficaz o suficiente para permitir a inclusão de agulhas finas, menos agressivas para os pacientes.

De então para cá, as seringas alteraram tamanhos mas nunca perderam a funcionalidade. E até ganharam novos horizontes de uso, como na cozinha, onde se prefiguram indispensáveis na arte da pastelaria e confeitaria, entre outras.