Reinventar a filigrana portuguesa

A marca de joalharia Fidalga já conta com mais de 200 peças e vende exclusivamente online

Uma nova nova marca de joalharia, com peças produzidas por artesãos que dão roupagem contemporânea a uma arte milenar. Para empoderar a mulher. Porque fidalga não é um estatuto, é um estado de espírito.

Para quem cresceu em Viana do Castelo, rodeado de antiguidades que os pais vendiam e onde surgiam de quando em vez peças de filigrana, não é difícil explicar a paixão por esta arte milenar. Aos 32 anos, Hugo Lima criou a marca Fidalga Collection, para reinventar a filigrana portuguesa. Em setembro, abriu a loja online, com brincos, pulseiras, colares e pendentes. Já conta mais de 200 peças, 41 são criações suas.

É formado em Economia e em Conservação e Restauro de Arte Sacra. “O que tem tudo a ver”, brinca. Mas sempre gostou de joalharia. Recorreu a artesãos de Gondomar e Póvoa de Lanhoso para criar peças em prata de lei 925. Quis apoiar os produtores locais. “Recrio peças antigas. Sempre gostei de desenhar. Comecei pelos brincos. No início, fiz alguns desenhos que não eram exequíveis. Passei dias com os artesãos para perceber isso.”

Desde então, já criou três coleções. Uma reinventa objetos ligados à cultura popular, como a cornucópia dos lenços de Viana ou as algibeiras dos trajes minhotos. A mais recente homenageia mulheres notáveis da História do país, com brincos que ganham o nome de Inês de Castro ou Beatriz Costa. “O objetivo da marca é empoderar a mulher, daí o nome Fidalga, que não é um estatuto social, mas um estado de espírito.”

Além das coleções originais, na loja online, há peças tradicionais que se encontram nas ourivesarias, como brincos à rainha ou em Coração de Viana. No escritório da marca, em Viana, guarda uma banca antiga de ourives que restaurou e espera levar para a loja física que sonha vir a abrir.

Hugo Lima criou a marca de joalharia Fidalga, que reinventa a filigrana portuguesa