Refúgios e desejos

Manuel Jorge Marmelo (Foto: José Carmo/Global Imagens)

As escolhas do escritor Manuel Jorge Marmelo.

Eu não sou eu, evidentemente

É uma lástima que já quase não se leiam os livros de Gonzalo Torrente Ballester, um dos nomes maiores da literatura espanhola do século XX. Uma vez que guardo as melhores recordações de romances como “Filomeno” ou “A morte do decano”, estou embrenhado na demanda em torno da obra de Uxío Preto, um escritor que talvez exista ou não. Tem uma escrita puríssima, entre a ironia, o lirismo e a filosofia – como um “2666” sereno e apaziguado.

Café Perec

(Foto: Nuno Pinto Fernandes/Global Imagens )

Sinto muita falta das crónicas do Manuel António Pina na última página do JN (e, já agora, daquelas que em tempos escrevi para a NM). Compenso-o (ou compenso-me) mantendo o blogue “Teatro anatómico” e lendo, entre outras, as crónicas que o Enrique Vila-Matas publica quinzenalmente, às terças, no “El País”, e que podem ser lidas no site do jornal. A desta semana era um elogio das sestas e da literatura, refúgios das trepidações do Mundo.

Isto é Arte

A RTP2 continua a transmitir as séries documentais e de ficção mais inteligentes da televisão portuguesa. Às terças-feiras procuro nunca perder o novo episódio de “Isto é arte”, um programa catalão que revela a força criadora das emoções humanas. De um modo simples e divertido, Ramon Gener conduz a viagem à dor e ao riso, à melancolia e ao medo, ao desgosto e ao desejo, mostrando de que modo inspiraram algumas das obras maiores da pintura, da escultura, da música, do teatro ou da literatura.