Ratos ergonómicos: estranhos mas úteis

Parecem desadequados, longe do convencional a que nos habituámos num rato de computador. Mas os ratos ergonómicos existem. E por um bom motivo. Quais títeres ao serviço de um melhor usufruto da experiência informática, adaptam-se à correta postura de mão, pulso e braço. Evitam lesões, previnem dores indesejáveis e permitem que a posição de uso deste objeto seja a adequada.

“No fundo, utilizando um rato ergonómico a mão fica bem assente e deixa de se concentrar toda a força da tarefa no pulso”, resume Bruno Fonseca, fundador e dinamizador do site “Leak”, especializado em temas ligados ao universo informático.

Os segredos principais estão nos revestimentos, que em boa parte dos exemplares são de borracha, ao invés do mais usual plástico, e na posição dos botões, que podem adotar várias formas e lugares, sobretudo nas laterais do rato.

“Há-os mais compridos, mais altos, com diversos tipos de desenho. O importante é a função a que se destinam, não propriamente o design. O suporte da mão está acima de todas as questões estéticas”, defende, por sua vez, Gonçalo Natário, da Globaldata, cadeia de lojas de material para computadores.

Apesar de oferecerem mais e melhores condições de utilização, sobretudo por serem mais benéficos para a saúde corporal, os ratos ergonómicos ainda não conquistaram as preferências dos utilizadores. “Houve uma altura, sobretudo a partir de 2008, em que as marcas apostaram forte na ergonomia e privilegiaram o conforto. O mercado inicialmente reagiu bem, mas gradualmente acabou por se regressar aos ratos convencionais, que continuam a ser de longe os mais vendidos”, atesta Bruno Fonseca.

Os preços, esses, não são desculpa para que ratos comuns continuem na dianteira. “A diferença de valores entre um e outro não é muito significativa”, confirma Gonçalo Natário. Para Bruno Fonseca, “a questão é que as pessoas continuam a sobrepor o design ao resto”. Um erro que “pode custar caro no futuro em termos físicos”, aponta.