Professor recria ementa milenar da Mesopotâmia

Foram tantas as partilhas que os órgãos de comunicação social não o largaram

Confecionar e partilhar nas redes sociais empreitadas culinárias já era popular antes da pandemia. Quando a quarentena começou, todos notámos que isso aguçou, ainda mais, o instinto de chef de algumas pessoas. Foi o que aconteceu com Bill Sutherland, professor de Biologia da Universidade de Cambridge. Só que, nesse caso, o académico decidiu recriar receitas dos povos da Mesopotâmia (área que hoje corresponde aproximadamente à maior parte do Iraque e Kuwait, além das zonas orientais da Síria e de regiões ao longo das fronteiras Turquia-Síria e Irão-Iraque).

Outra curiosidade é que a ementa estava escrita numa peça arqueológica com quase quatro mil anos. A ideia surgiu depois de Bill ler uma publicação do investigador Moudhy Al-Rashid, especialista em cultura babilónica. Intrigado, o académico comprou o livro “Yale Babylonian collection” e achou que seria interessante tentar recuperar a história para a “provar”.

As receitas originais dos quatro pratos confecionados foram escritas numa tábua de pedra no ano de 1750 a.C. “Gastei uma hora a planear e mais duas horas só a cozinhar”, explicou o académico. Bill Sutherland escolheu fazer um “ensopado de borrego”; um prato chamado “tuh’u”, feito com carne, sal, alho, rúcula, cerveja, cebolas e especiarias; um “pašrütum”, prato de coentros, sal e alho; e, por último, um caldo originalmente feito com sangue de ovelha.

Depois de publicar os resultados na sua conta do Twitter, a originalidade despertou o interesse de muitos dos seguidores, que dizem ter ficado com água na boca. Foram tantas as partilhas que os órgãos de comunicação social não o largaram. Agora, as fotos das receitas milenares correm mundo pela internet.