A obesidade diminui a capacidade de saborear a comida

Texto NM | Fotografia Shutterstock

O peso do corpo influencia o que se passa na boca no exato momento de saborear comida. Uma equipa de investigadores do departamento de ciências alimentares da Cornell University, nos Estados Unidos da América, tem feito várias experiências em ratos de laboratório para perceber o que se passa quando se alimentam.

A conclusão parece simples. Quanto mais peso, menos paladar. Ou seja, o excesso de peso e a obesidade reduzem o número de papilas gustativas por causa da inflamação associada à acumulação de gordura. Pessoas obesas são menos sensíveis ao sabor da comida. Mas atenção: podem recuperar o paladar quando perdem peso.

Quanto maior sensibilidade ao paladar, mais perceção do açúcar, do sal, ou da gordura dos alimentos

Se há menos paladar, mais possibilidade de ingerir tudo que vem à boca, mais probabilidade de manter o excesso de peso. Ao descobrir esta ligação entre peso e paladar, percebe-se que tratar esta disfunção sensorial pode ajudar a evitar maus hábitos alimentares.

A equipa norte-americana sabe que o índice da massa corporal pesa na capacidade de saborear alimentos. Segundo o jornal espanhol El País, os investigadores atribuem à inflamação leve, crónica e sistema que o peso a mais e a obesidade provocam no corpo para essa perda de paladar. Quanto mais peso no corpo, mais papilas gustativas morrem. No meio de tudo isto, há uma molécula imune que ativa a morte celular das papilas.

Os cientistas fizeram experiências em ratos gordos e em ratos geneticamente resistentes à obesidade. Nos primeiros, detetou-se redução das papilas gustativas

Os cientistas verificaram que os ratos obesos têm menos um quarto de papilas gustativas do que os ratos com peso normal. E são essas papilas, com todas as suas células e características, que têm o poder de detetar os sabores.

Os cientistas fizeram experiências em ratos gordos e em ratos geneticamente resistentes à obesidade, através de modificações de ADN. Nos primeiros, detetou-se uma redução das papilas gustativas. Nos segundos, não. Os resultados deste estudo estão publicados na revista PLOS Biology.