Penteados andróginos: o cabelo não tem sexo

A ideia de que o comprimento se reserva às mulheres e o curto aos homens há muito que passou à história. É hora de mudança de visual.

Os loucos anos 20 do século passado terão sido o primeiro passo para eternizar os cabelos curtos no imaginário feminino. Segundo Carla Magalhães, proprietária do cabeleireiro Hairstudio, na Foz do Porto, hoje em dia rasgaram-se os rótulos. Não existe um penteado para cada género, mas um gosto pessoal que se baseia, muitas vezes, no estilo de vida, de roupa ou de personalidade.

“Tanto o corte shaggy como o mullet já se usaram nos anos 70. Quer por homens ou mulheres”, destaca Rute Ricardo, diretora técnica dos estúdios Jean Louis David. E continuam a estar em voga. E para quem não se identifica com o estilo retro (carré) mas gosta de volume e de irreverência, o mullet é a melhor opção.

Quanto à franja, a tendência prova que não se restringe à mulher. “Em 2020 conquistou o público masculino. Seja reta ou mais descuidada, nos cabelos lisos. No caso dos encaracolados, os cachos caídos com volume”, pormenoriza Sérgio Hernâni, proprietário da barbearia Ragazzi, em Ponte de Lima.

A versatilidade dos cortes andróginos permitiu esbater padrões da sociedade. E por falar em mudança, normalmente quando se pretende alterar algo na vida, começa-se pelo cabelo. As mulheres mais confiantes do que os homens.

O que é certo é que “hoje a mulher pensa por ela própria e quer derrubar as barreiras mentais”, reconhece o proprietário da Ragazzi, confirmando que, apesar de se tratar de uma barbearia, tem clientes do sexo feminino. Seja para uma mudança de visual ou para a manutenção do penteado.