Vejo bem… Do sorriso dos meus olhos quando penso nos meus filhos e na família que construí. De ter cabelo e de não ter cabelos brancos. Dos amigos que tenho à minha volta e que vou fazendo ao longo da vida. Do meu corpo, que tenho vindo a transformar e a tornar mais forte e que me permite fazer mais, correr mais, brincar mais… e comer mais. Das primeiras rugas de expressão que me vão aparecendo. Gosto porque são resultado de muito rir. Felizmente tenho tido mais motivos para sorrir do que para chorar. Mas essas também lá estão.
Vejo mal… De perder tanto tempo ao espelho. Mas fazer este penteado demora o seu tempo. Dos meus caninos inferiores que só após 40 anos de vida decidi endireitar. Ainda vai demorar um bocadinho, mas eles vão ao sítio. Da minha grande capacidade de procrastinação. Adio coisas vezes de mais. E só deixo de adiar quando não tenho escapatória ou quando, com grande esforço, me obrigo a isso. De às vezes não ser levado a sério porque sou o tipo que está sempre bem-disposto. De ver o tempo a passar e achar que ainda tenho tanto para fazer, tanto para ver, tanto para melhorar e medo de não o conseguir fazer.
Apresentador
41 anos
