
Televisores de grandes dimensões começam a ganhar terreno no campo da oferta, isso é certeza que o mercado tem confirmado, mas em Portugal ainda têm muito que galgar até merecerem a confiança dos consumidores. “Porque são caros, apesar das funcionalidades acima da média que disponibilizam, e porque por muito que sejam de grande qualidade, e são mesmo, o simples uso doméstico corrente não justifica o que é pago por elas”, elucida Fernando Reis, especialista e gestor comercial de uma multinacional do setor em Portugal. “Não é previsível que a tendência se altere; a relação qualidade/preço continuará a ser determinante no momento da compra.”
António Alves, responsável da DECO pela comparação de equipamentos televisivos, vai mais longe e aponta que “atualmente qualquer aparelho de gama média, cujo preço tende a rondar os 500 euros, vem equipado com sistemas operativos semelhantes às de gama mais alta”. Por isso, acredita que “não se justifica” a aposta em modelos superiores.
Uma análise da americana Consumers Reports aos comportamentos do mercado global em 2020 refere que uma alteração no paradigma de compra de televisores está por acontecer. Nem os 8K têm sido apetecíveis em termos de procura, nem os de maiores dimensões captaram ainda curiosidade ao ponto de espoletarem uma explosão de vendas. “Há um número crescente de modelos de 75 a 85 polegadas a preços que podem estar ao alcance de diversos compradores dispostos a gastar muito. Porém, isso tem sido bastante incomum até agora”, refere o documento. Um documento que, todavia, também fala de pequenos sinais que apontam para lentas mudanças de comportamento. “Veremos no futuro um crescimento contínuo da venda de telas maiores e isso terá um efeito negativo na comercialização de TV abaixo de 55 polegadas”, prevê o especialista Paul Gagnon na mesma análise. O amanhã, presume-se, terá múltiplas dimensões.