Micro só mesmo de nome

O microscópio possibilita ampliar o visionamento de partículas mais pequenas do que 0,2 milímetros

Entre 30 a 40 triliões. É esse o número de células que possui, em média, o corpo humano, segundo um estudo revelado em 2017 pelo “Medical News Today”, site especializado em questões médicas e dirigido a profissionais do setor com base em Brighton (Inglaterra). Até 1665 jamais alguém as tinha conseguido ver ou, sequer, imaginar como seriam as suas formas. O cientista britânico Robert Hooke (1635-1703) foi o primeiro a conseguir tal façanha. Tudo porque utilizou um microscópio.

Esse objeto possibilita ampliar o visionamento de partículas mais pequenas do que 0,2 milímetros. Foi inventado em família, na Holanda, por Hans e Zacharias Janssen, pai e filho, dedicados operários da arte de fazer óculos que quiseram ir (e ver) mais além. No início do século XVII, magicaram uma lente de grande ampliação, através da qual foi possível analisar embriões de plantas e, até, espermatozoides. Outro holandês, Antonie van Leeuwenhoek, poucos anos mais tarde, listou mais de 500 lentes passíveis de serem utilizadas em microscópios. O italiano Galileu Galilei, ainda no século XVII, aproveitou a deixa dos Janssen e de Leeuwenhoek e aperfeiçoou o aparelho, batizando-o definitivamente pela junção das palavras gregas micron (pequeno) e skopein (olhar).

Com a evolução da ciência e da tecnologia, os microscópios, cujo segredo reside na combinação de lentes atravessadas por um feixe de luz, escancarou portas para que os cientistas resolvessem mistérios decisivos da medicina e de outros campos. O século XX trouxe o microscópio eletrónico, graças aos alemães Max Knooll e Ernst Ruska, que ditaram uma precisão ainda mais apurada dos focos de investigação. E as células não mais se tornaram impossíveis de visualizar.