Maratona de desespero e de muitos milhões

António Costa, primeiro-ministr português (Foto: Rodrigo Antunes/Lusa)

1,8 biliões
São os euros inscritos no orçamento da UE para o período 2021-2027, a que se junta um Fundo de Recuperação de 750 mil milhões de euros. O objetivo é estimular a retoma da economia depois do forte abalo provocado pelas consequências da pandemia de covid-19.

Mecanismo
O Fundo de Recuperação está dividido em duas partes. Contempla 390 mil milhões de euros distribuídos a fundo perdido pelos 27 estados-membros da UE e atribui 360 mil milhões em modelo de empréstimo.

A Portugal coube uma fatia de 45 mil milhões de euros. É a soma das verbas atribuídas através dos mecanismos financeiros aprovados pela UE. Deste total, 15,3 mil milhões serão transferências a fundo perdido e 29,8 mil milhões provenientes do orçamento comunitário através de subsídios.

“O acordo ficou no limite daquilo que faria com que este fundo não fosse suficientemente robusto para responder a esta primeira fase da crise. De qualquer forma, é um passo histórico”
António Costa
(primeiro-ministro)

Ajuda garantida
O Algarve, que perdeu este ano boa parte da habitual grande fonte de receita, o turismo, é um dos grandes beneficiários do cheque da UE. O Governo anunciou que 300 milhões de euros vão ser atribuídos à região para, entre outras medidas, apoiar a diversificação da economia local.

Frugal e resignado
Mark Rutte foi um dos nomes em destaque durante a longa cimeira. O primeiro-ministro da Holanda encabeçou o grupo dos chamados países frugais, que incluiu a Áustria, a Dinamarca e a Suécia, e exigiu condições rígidas aos países de economia débil mais beneficiados com ajuda financeira, como Portugal, nomeadamente a concretização de reformas estruturais. Acabou a elogiar o acordo, considerando que “ficaram salvaguardados os interesses holandeses” e que a Europa “será, daqui para a frente, mais forte e resiliente”.

Líderes em sintonia
Angela Merkel e Emmanuel Macron, respetivamente chanceler da Alemanha e presidente da República de França, saíram cansados mas satisfeitos de Bruxelas. “A Europa mostrou ser capaz de agir”, elogiou Merkel. “Houve momentos muito tensos”, desabafou Macron.