Magina da Silva: o atirador de elite

Foto: Nuno Pinto Fernandes

É o homem que comandou algumas das operações policiais de maior risco e complexidade ocorridas em território nacional – Cimeira Ibero-Americana (2009), visita de Bento XVI (2010) e Cimeira da NATO (2010). Perito do Grupo de Trabalho Técnico para Grandes Eventos e Informação relacionada com Terrorismo, o novo diretor nacional da PSP, atirador de elite e campeão nacional sénior de tiro dinâmico, é figura central do braço musculado da corporação e o primeiro comandante da Unidade Especial da Polícia (UEP). “Está talhado para situações extremas”, diz Paulo Rodrigues, presidente da Associação Socioprofissional (ASPP), subordinado direto de Magina da Silva na UEP, relembrando um outro momento de alta tensão: “Em 2008, esteve na operação muito complicada que levou à libertação dos reféns no assalto ao BES” e que terminaria, oito horas depois, com os sequestradores baleados.

Para o sindicalista, estamos perante alguém “com liderança reconhecida porque é um homem do terreno e o primeiro da linha da frente”. “Não é de nim ou talvez.” E que sabe ser “intransigente com os superiores como foi, aquando da Cimeira da NATO, perante o Ministério da Administração Interna, exigindo equipamento”. Blindados e material antimotim que serviriam também, defendeu na altura criando polémica, para intervir em “300 zonas urbanas sensíveis”. Em 2010, Rui Pereira tutelava o Ministério. De Magina da Silva sublinha “a dedicação e a competência exemplares”. “Acredito que manterá essa persistência junto dos superiores e a permanente valorização dos recursos humanos”, acrescenta Paulo Rodrigues.

Foto: Nuno Pinto Fernandes

Participante em grupos de trabalho de âmbito nacional, dos quais se destacam os relacionados com a elaboração de doutrina, regras e procedimentos relativos ao uso da força na PSP, o novo Diretor Nacional toma posse numa altura em que algumas reações da polícia são consideradas violentas e desproporcionadas. “Sendo um comandante que responsabiliza, mas também sabe apoiar quem faz bem, vai ter uma importância muito grande na perceção que as pessoas têm da PSP”, frisa Paulo Rodrigues. Porque a instituição, acrescenta, “tem de ser vista como a dos direitos, das liberdades e das garantias”.

Manuel Morais, o operacional do Corpo de Intervenção que denunciou a existência de racismo no interior da polícia, conhece Magina da Silva há 30 anos. Foi por ele formado na Escola da Torres Novas e comandado na UEP. “É de tomar decisões. Sempre que lhe bati à porta para tratar de problemas, que nunca eram meus, sempre ajudou dentro do que podia. Tem, por isso, a minha consideração.”

Paulo Rodrigues reconhece hoje alguns efeitos do tempo no comandante. “Está mais calmo.” Pouco dado a estados de alma pacatos, Magina da Silva lecionou no Instituto de Ciências Policiais e Segurança Interna matérias relacionadas com comando, liderança e controlo. Defensor de exemplar preparação física da polícia, deu sempre o exemplo. “Praticou ginásio e esteve na criação das provas físicas e técnicas”, realça Paulo Rodrigues. Até porque “sabe do que a casa precisa”.

Manuel Augusto Magina da Silva
Cargo: Diretor Nacional da Polícia de Segurança Pública
Idade: 54 anos
Nacionalidade: Portuguesa