Lulas conseguem alterar os genes dos próprios neurónios

As lulas editam as suas próprias instruções genéticas

As lulas são animais interessantes. Além de terem um cérebro semelhante ao dos cães e de formarem uma “bolha” de embriões para se reproduzirem, também são capazes de editar o próprio ADN. Isso é o que conclui um novo estudo da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, publicado na revista científica “Nucleic Acids Research”.

Os especialistas descobriram que as lulas editam as suas próprias instruções genéticas, não apenas dentro do núcleo dos neurónios, mas também dentro dos axónios, que são as fibras nervosas que transmitem impulsos elétricos a outros neurónios. Esta foi a primeira vez que alterações no material genético foram observadas fora do núcleo de uma célula animal.

De acordo com os cientistas, a descoberta põe em xeque o “Dogma Central da Biologia Molecular”, que explica como ocorre o fluxo de informações do código genético que segue fielmente o sentido ADN, ARN (ácido ribonucleico), Proteínas. Agora, os cientistas sabem que as lulas, afinal, são capazes de modificar os ARN na periferia da célula, ou seja, fora do núcleo.

A equipa demonstrou também que os ARN são editados no axónio da célula nervosa e isso pode ser interessante para os seres humanos, já que as disfunções nessa região das células estão associadas a muitos distúrbios neurológicos.