Kim Jong-un, Trump e Rui Rio
Rubrica "Partida, largada, fugida", de Susana Romana.
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O passado fim de semana teve um feriado na segunda, o que o tornou mais longo e propício a escapadinhas para fugir da rotina. Há quem tenha ido para o campo ou para a cidade – e há Donald Trump, o republicano que celebrou a nossa república tuga indo passar o fim de semana ao hospital.
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Trump testou positivo à covid-19, mas, entre dados contraditórios e conferências de imprensa dignas de um vilão da Marvel, decretou: “Não tenham medo da covid. Sinto-me melhor do que há 20 anos”. Pudera: há 20 anos era um empresário falido; agora é um presidente que usufrui de imunidade e não pode ser preso, mesmo que seja a versão cor de laranja de Kim Jong-un.
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Ficará para a História a imagem de Trump, vitorioso, a arrancar a máscara – mostrando assim que aprendeu tanto com esta experiência como eu aprendi em três anos de aulas de Físico-Química: nada.
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As sondagens dão neste momento vantagem a Biden, mas se há coisa que aprendemos com as eleições de 2016 é que as sondagens são como a vida sexual: uma coisa é o que dizemos que fazemos quando nos perguntam; outra é a que fazemos quando estamos sozinhos numa cabina sem ninguém a ver.
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Por cá, também tivemos um infetado entre a classe política. António Lobo Xavier apanhou o vírus, o que levou a que todo o Conselho de Estado fosse testado. Espero que não fosse um teste de sangue. Suspeito que Cavaco Silva não o tem a correr nas veias.
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À boleia do sucedido, Rui Rio aproveitou para criticar a app StayAway Covid, que não o avisou que tinha estado numa situação de risco. Rio quer também uma app que o avise que não pode comer laranja depois de beber leite e que apite sempre que ele passe ao pé de Santana Lopes.
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Vêm aí os fundos europeus, numa demonstração de que a moda dos anos 1980 e 1990 continua em força (#1986forever #foifartarvilanagem). E, para celebrar, António Costa resolveu despedir o presidente do Tribunal de Contas. O termo técnico é que “não foi reconduzido no cargo”, algo que não acontecia desde o 25 de Abril. Eu cá acho que é só Costa a aplicar em toda a linha a expressão “acerto de contas”.
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O novo presidente é José Tavares, que terá estado envolvido no caso das PPP que lesou o Estado em 3,5 mil milhões de euros. Parece-me uma ótima escolha. Quem melhor para topar uma falcatrua do que alguém com experiência no terreno em falcatruas? Pode pôr no currículo que domina trafulhice na ótica do utilizador.