Vejo bem…: Que vivi intensamente o tempo que passou. Viverei o dobro se puder. Que ganhei novas formas e que sou todas elas. O carisma não se esgota em tamanhos. É estranho que todos (as) nos angustiemos com isso. Que preciso de me rir todos os dias. Que o humor me salva tanto como o amor. Que o espelho pede o meu batom. Eu uso batom até em dias de luto. Que a vida me pede luta e eu não gosto de baixar os braços. Que mudamos, mas na essência somos os mesmos.
Vejo mal…: Com a minha miopia. Quando ponho as lentes o realismo assusta-me. Com esta fascinação por tudo e por nada. Às vezes o fascínio torna a visão turva. Com a minha ansiedade disfarçada. Vem antes do tempo e desaparece sem se despedir. Com a angústia das segundas-feiras. Raras as segundas bonitas, cheias, plenas. (Talvez nas férias?) Com as noites mal dormidas onde se esconde a inquietação. A visão de manhã é condicionada pela insónia e pela fragilidade. Quando o horizonte teima em ficar nublado. E às vezes basta mudar de direção mas é fácil perdermo-nos no caminho.
48 anos
Radialista e comunicadora