Guia para cuidar da pele com vitamina C

Há alguns aspetos a ter em conta para um maior benefício do ácido ascórbico, uma vez que pode causar alguma erupção inicial (Foto: Orlando Almeida/Global Imagens)

O stresse, a alimentação e a poluição deixam marcas na pele. A cosmética com vitamina C funciona como um escudo. Tem uma ação antioxidante, antifadiga, antimanchas, e antienvelhecimento. Nestas páginas, um dermatologista explica como retirar o máximo benefício do ácido ascórbico. A que se juntam sugestões “Notícias Magazine” de cosméticos ricos nesta vitamina.

De que forma é a vitamina C tão importante para a nossa pele? O dermatologista Vasco Macias, do Hospital Lusíadas Lisboa, começa por recordar que esta vitamina, “também designada por ácido ascórbico, está naturalmente presente em diversos alimentos, como laranja, limão, uvas, tomate, quivi e brócolos”.

Como apenas uma pequena percentagem da vitamina C que ingerimos chega à pele, é necessária a aplicação direta através de cremes e outras formulações, de modo a garantir uma concentração adequada. “Alguns estudos demonstraram que a aplicação de um sérum com 15% de vitamina C é capaz de aumentar a concentração cutânea 20 vezes mais do que seria possível com uma ingestão oral muito elevada.”

Esta molécula é muito importante para a pele porque ajuda a protegê-la dos danos causados pelos radicais livres (compostos causados pela exposição solar, consumo de tabaco e poluição) responsáveis pelo envelhecimento cutâneo. De acordo com o especialista, além das propriedades antioxidantes, “a vitamina C é essencial para a síntese de colagénio, assumindo assim um papel fundamental na manutenção de uma pele saudável e com menos rugas. Tem ainda propriedades despigmentantes, pelo que se revela um excelente aliado na prevenção e tratamento de manchas”.

“Não se deve esperar pelas primeiras rugas ou manchas para introduzir a vitamina C na rotina de cuidados”, reconhece Vasco Macias, dermatologista

Há alguns aspetos a ter em conta para um maior benefício do ácido ascórbico, uma vez que pode causar alguma erupção inicial. “É essencial que a pele não esteja irritada pelo uso de outros produtos como exfoliantes, retinoides, ou ingredientes como peróxido de benzoílo que podem degradar a vitamina.”

Uma vitamina que é normalmente bem tolerada, embora as peles mais sensíveis, com rosácea ou eczema, possam sentir algum ardor, sobretudo nos primeiros dias de utilização. Nesses casos, aconselha Vasco Macias, “as pessoas deverão utilizar produtos com concentrações menores (por exemplo, 10%), enquanto, regra geral, as peles mais oleosas toleram concentrações superiores (por exemplo, 20%)”. A sua utilização “deverá ser precoce de forma a minimizar os danos cutâneos provocados pela radiação solar e atrasar os sinais de envelhecimento”, defende o dermatologista. “Não se deve esperar pelas primeiras rugas ou manchas para introduzir este ingrediente na rotina de cuidados.”

De manhã é que é

A vitamina C nos produtos cosméticos apresenta-se normalmente sob a forma de séruns. “A vantagem destas formulações é que habitualmente contêm maiores concentrações e estão adaptadas à maioria dos tipos de pele, incluindo as mais oleosas.” Além dos séruns, existem outras apresentações como cremes, monodoses e protetores solares enriquecidos com este ingrediente. Para garantir a eficácia e resultados deve-se optar por produtos com concentrações mínimas de 10%. Vários estudos demonstram ainda que não existem benefícios acrescidos pela utilização de produtos com concentrações superiores a 20%. De forma a “maximizar os seus efeitos benéficos” deverá preferir “produtos que combinem a vitamina C com outros antioxidantes, como a vitamina E e o ácido ferrúlico, que potenciam os proveitos”, recomenda o especialista, acrescentando que também “não se deve descurar a aplicação diária de protetor solar”.

A fórmula escolhida pode ser utilizada de manhã e à noite. No entanto, devido à ação antioxidante, os principais ganhos acontecem quando é utilizada de manhã. Além disso, alguns dos ingredientes mais comuns nos cremes indicados para utilização noturna (retinoides e alfa-hidroxiácidos) podem agravar o potencial irritativo da vitamina C, comprometendo o tratamento. Ao associar o ácido ascórbico à rotina de cuidados deverá ter ainda em consideração a formulação utilizada. “Se optar por um sérum, este deverá ser utilizado imediatamente após a higiene do rosto, antes do hidratante. Se optar por um hidratante com vitamina C, este aplica-se no fim da rotina de cuidados, antes do protetor solar”, sugere Vasco Macias.

Não esquecer que a utilização de vitamina C deve contemplar o rosto, mas também o pescoço e o colo.

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