Gelado também rima com inverno

Um exclusivo gelado de avelã é uma das escolhas da Gelataria Grom, em Lisboa, apenas disponível durante meses de inverno

Vai longe o tempo em que comer gelados fora do verão era quase visto como uma bizarria. Hoje, com a proliferação de gelatarias abertas todo o ano e a variedade de oferta, a mentalidade mudou e o tempo frio já não é impeditivo de sonhar com algo que faz parte de um imaginário associado às estações quentes. Aliás, segundo um estudo de 2019, é precisamente em países como Bélgica, Finlândia e Suécia que o consumo per capita de gelados é mais elevado.

Uma das formas encontradas para ligar gelados e inverno foi associar-lhes o que é de época. Como a fruta. É o que faz, por exemplo, a histórica Gelataria Neveiros, no Porto, prestes a completar 70 anos. “A ideia é trabalhar a partir de calda de fruta da época, o que proporciona muita diversificação de sabores. O gelado de dióspiro, por exemplo, é um sucesso. Os de amêndoa e de noz, idem”, explica Telma Reis, uma das responsáveis da Neveiros. “É cada vez mais usual os portugueses consumirem gelados fora do verão, nota-se de ano para ano.”

Em Lisboa, a Grom, especialista em gelados italianos com espaços abertos da Europa à Ásia, passando por Hollywood, adapta a carta às exigências do inverno. E também coloca a fruta em plano central. Em janeiro, avelã e limão são dois dos sorvetes em destaque. Há também escolhas que podem passar por ingredientes mais tradicionais, quase transversais a todos os meses do ano, como os quase inevitáveis caramelo, chocolate e café.

Dióspiro, amêndoa e noz estão entre os sabores mais concorridos da histórica Gelataria Neveiros, no Porto (Foto: João Manuel Ribeiro/Global Imagens)