Foram precisos 24 anos e um vírus letal para trazer a Fórmula 1 de volta a Portugal. Com a pandemia de covid-19 a impor o cancelamento e adiamento de várias corridas do Mundial da especialidade, o Autódromo Internacional do Algarve foi o escolhido para acolher a 12.ª ronda da competição. Os melhores pilotos do Mundo aceleraram no domingo, em Portimão.
Tudo começou há 62 anos
Foi em 1958 que, pela primeira vez, o GP Portugal fez parte do Mundial de F1. Nesse ano, a prova foi disputada no Circuito Urbano da Boavista, no Porto, e a vitória coube ao britânico Stirling Moss. Portugal continuou no mapa da modalidade nos anos 1959 e 1960 e entre 1984 e 1996.
“Ayrton em Senna”
Foi durante esse período, em 1985, que Ayrton Senna conquistou a primeira vitória de uma carreira fulgurante. Foi sob uma chuvada intensa, com apenas nove pilotos a resistir até final, que o brasileiro (falecido em 1994, num acidente) fez história no Estoril. “Ayrton em Senna, um espetáculo”, titulou na altura a imprensa especializada.
Tiago Monteiro para a história
Até hoje, só quatro portugueses competiram na prova rainha do automobilismo: Nicha Cabral, Pedro Matos Chaves, Pedro Lamy e Tiago Monteiro. Este último piloto, de 44 anos, atualmente a correr no WTCR, chegou mesmo a garantir um lugar no pódio, no Grande Prémio de Indianápolis (EUA), em 2005.
“É um triunfo para Portugal, para o Algarve e para a diplomacia portuguesa, também no domínio desportivo”
Marcelo Rebelo de Sousa
Presidente da República, a propósito do regresso das competições de MotoGP e Fórmula 1 a Portugal
92 vitórias valem recorde
Um triunfo de Lewis Hamilton neste domingo permite ao piloto britânico estabelecer um novo recorde, deixando para trás o alemão Michael Schumacher que, ao longo da carreira, conseguiu 91 triunfos em corridas de Fórmula 1.
30 milhões de euros de impacto
O impacto económico mínimo na região e no país, segundo estimativa apresentada pela secretária de Estado do Turismo, Rita Marques. Paulo Pinheiro, administrador do Autódromo Internacional do Algarve, foi mais ambicioso, apontando para um impacto superior a 100 milhões.