
Aparelhos podem ser preciosos para quem sofre de patologias respiratórias ou vive em casas com humidade excessiva. Mas há cuidados a ter.
Com a chuva a chegar em força e a humidade a acumular-se a questão reemerge: desumidificador, sim ou não? Em que casos? O que devemos ter em conta? Tem a palavra Miguel Guimarães, pneumologista no Hospital Lusíadas Porto. “Não é uma rotina recomendar os desumidificadores a todos os doentes.” No entanto, entende o especialista, há várias situações que podem justificar a sua utilização. “No contexto desta altura do ano, a humidade, sobretudo em algumas regiões, favorece situações que podem ser causa de agravamento de patologias respiratórias já existentes.” Como a asma e as alergias respiratórias, por exemplo.
A situação é particularmente preocupante quando a humidade do ar excede os 60%, surgindo a possibilidade de desenvolvimento de fungos. “E inalar constantemente os esporos dos fungos pode acarretar risco de futuras patologias”, lembra. Mesmo no caso de pessoas sem registo de qualquer doença do foro respiratório. Explicando que não há propriamente uma faixa etária em que os desumidificadores sejam mais aconselhados, o pneumologista deixa um alerta: “É importante que o nível de humidade não desça dos 40%, porque um ambiente seco pode acarretar outros problemas respiratórios. O ideal é que o aparelho tenha um mostrador que permita aferir o valor da humidade”.
Apostar num desumidificador que tenha um higróstato, de preferência digital, é precisamente uma das dicas deixadas por Elsa Agante, técnica da Deco Proteste. Mas há outros aspetos a ter em conta na aquisição destes aparelhos. O tamanho do reservatório, por exemplo. Ou o peso do aparelho. Ou ainda a função “defrost control”, para não permitir que este congele face a baixas temperaturas. “A questão da capacidade de extração de água é particularmente importante, porque é fundamental adequá-la ao tamanho da divisão em causa. Para espaços entre 20 e 25 metros quadrados é aconselhada uma capacidade de extração de dez a 12 litros, para divisões superiores a 30 metros faz sentido uma capacidade de extração de 20 litros”, sublinha.
Mesmo depois de escolhido o desumidificador, há cuidados a ter. Limpar o filtro regularmente e garantir que quando se guarda o aparelho tanto o filtro como o reservatório estão bem secos são dois deles. Fechar portas e janelas para aumentar a eficácia do processo também (ainda que, em casas muito húmidas, quando o aparelho estiver desligado, seja saudável abrir um pouco a janela para o espaço respirar). E muito importante: não tapar o aparelho com outros objetos. “As pessoas têm muito a mania de pôr a roupa a secar lá em cima. É altamente recomendado que não o façam”, avisa Elsa Agante.
Máquinas de condensação
O processo é simples. O ar húmido é encaminhado para o aparelho através de uma ventoinha e o contacto com uma superfície fria produz o efeito de condensação. A água resultante segue para um reservatório. O ar é reaquecido para ser devolvido à mesma temperatura do exterior. Junte-se-lhes uma bateria de filtros, nomeadamente contra odores e ácaros.


