Champôs amigos do ambiente

As vantagens ecológicas dos champôs sólidos são evidentes

São sólidos e ecológicos, feitos com essências naturais, delicados com o couro cabeludo. Nascem de duas formas: a quente ou a frio.

Ana Milhazes, fundadora do Lixo Zero Portugal, socióloga e instrutora de ioga, fez várias experiências na sua cabeça numa altura em que não havia quase nada no mercado português. Sabia o que queria e rendeu-se aos champôs sólidos. Por várias razões. “São muito económicos, duram dois ou três meses, não têm embalagem, o que é ecológico, e uma grande vantagem, não irritam o couro cabeludo e o cabelo mantém-se muito bonito e saudável”, enumera.

“São eficazes para quem tem muita sensibilidade no couro cabeludo, alergias e caspa”, acrescenta. Fazem muita espuma e são práticos de transportar. Ana Milhazes deixa uma dica. “Colocá-los numa saboneteira com buraquinhos.” Para se manterem sólidos.

As vantagens ecológicas são evidentes. Carmen Lima, engenheira do ambiente, coordenadora do Centro de Informação de Resíduos da Quercus, destaca a ausência de embalagem, que evita o desperdício e a produção de resíduos, e os componentes utilizados. “São orgânicos, são feitos com produtos e essências naturais, o que ajuda a não serem tão agressivos para o couro cabeludo.”

O processo é artesanal, feito a frio ou a quente. Vítor Rodrigues, da Amor Luso, instalada em Viseu, explica. A frio, misturam-se as matérias-primas e espera-se que a reação química aconteça. Dois dias para solidificar e poder cortar com o formato que se pretende. Mais um mês para perder a humidade e ficar pronto a usar. A quente é mais rápido, cozem-se os ingredientes e o processo demora um dia.

A Amor Luso tem champôs sólidos para cabelos secos, oleosos, mistos e ainda um condicionador. Tudo feito com ingredientes naturais de origem vegetal, azeite, manteiga de cacau, óleo de grainha de uva. São vegans e não testados em animais. “O importante é lavar bem o couro cabeludo. Pode ficar áspero nas duas ou três primeiras lavagens até remover todos os produtos químicos que havia no cabelo”, diz Vítor Rodrigues.

A Árvore do Sabão, em Olhão, tem champô sólido de azeite, alecrim e hortelã, e um outro feito de azeite, carvão vegetal e erva-príncipe. Tudo a frio em pequenos lotes artesanais. Clara Nogueira criou a marca para, sublinha, “sensibilizar as pessoas para a utilização de alternativas mais saudáveis e naturais aos produtos de cosmética convencionais, repletos de químicos e agentes nocivos para o nosso corpo”. A ideia é aproveitar o que a Natureza oferece.

“O alecrim é capaz de melhorar a circulação sanguínea na região do couro cabeludo, além de reduzir inflamações. É usado para estimular o crescimento do cabelo e retardar o processo natural de envelhecimento.” O carvão vegetal também tem as suas virtudes ao libertar do cabelo as impurezas e restaurar o brilho. Clara Nogueira usa-o porque sabe do que ele é capaz. “Absorve o excesso de sebo, assim como as toxinas, para que obtenha um couro cabeludo efetivamente purificado.” Nada de plásticos, nada de líquidos. Natural, o mais possível.

Shaeco | 10,90 euros (champô) e 16,90 euros (saboneteira)
Mind the Trash | 9,45 euros/unidade
Amor Luso | 6,50 euros/unidade
Amor Luso | 6,50 euros

 

Árvore do Sabão | 6 euros