Garras cravadas no sofá e pelo emaranhado nos cobertores são marcas comuns em lares com animais de estimação. Mas que podem ser mitigadas. Sem receitas milagrosas, há truques e tecidos capazes de minimizar os danos causados pela curiosidade dos amigos de quatro patas. Desde a sala ao quarto. Para que não seja necessário abdicar de nada e ter uma casa decorada a rigor.
No que toca a tecidos, quanto mais fechada for a trama, mais resistentes são a felinos e patudos. Para estofar o sofá, o Suede é um dos materiais mais indicados. “É muito denso e faz com que não consigam espetar as unhas nas tramas dos tecidos”, indica Rita Salgueiro, designer de interiores. Também o revestimento com Rustika promete ajudar a prolongar o tempo útil do sofá, ao evitar a penetração da unha no tecido. De fora da lista fica o linho. A não ser que esteja disfarçado por baixo de uma manta de pele sintética, por exemplo. “Todos os tecidos que se possam estragar ao prender nos botões dos jeans são péssimos”, ressalva Rita Salgueiro.
Já os cortinados têm como melhor aliado os tecidos alinhados. Com fios puxados é fácil reverter a situação. Tal como se de uma camisola se tratasse. “A recuperação fica com melhor ar do que se for um tecido adamascado. Aí já não há solução.” As almofadas querem-se pouco trabalhadas. De preferência, em veludo. Rita Salgueiro diz porquê: “Para retirar o pelo é muito fácil. Basta passar com uma daquelas escovas para tirar os pelos dos casacos. Em todos os outros tecidos o pelo fica na trama, o que é muito pior”.
Tecidos à parte, o zelo deve estender-se também às peças ornamentais mais frágeis para que, entre correrias, nada se parta. “Se uma pessoa tiver uma jarra boa de cristal, convém deixá-la sempre junto ao canto do móvel ou encostada à parede”, destaca a decoradora. Tapar os pincéis da maquilhagem com uma cúpula de vidro é outro engenho possível.
Apesar dos cuidados, dentro de paredes, não se pode descurar o espaço para as brincadeiras dos bichos. Com dois felinos em casa, Rita Salgueiro deixa uma dica para satisfazer a curiosidade animal. “Tenho na sala de estar um tapete e no corredor outro igual, do mesmo material, onde os deixo afiar as unhas. Há uma tendência para irem sempre ao mesmo sítio.”