Capicua: “As mulheres são pouco estimuladas para a espontaneidade”

A rapper Capicua foi fotografada no Sea Life Porto (Foto: Leonel de Castro/Global Imagens)

Vejo bem…: Sou espontânea. Cultivo a espontaneidade, até como atitude política – as mulheres são pouco estimuladas para a espontaneidade. Tento ser livre nos meus movimentos. Não tenho capacidade para ser cínica ou para disfarçar quando não gosto. Sou muito determinada. Quando tenho um objetivo ou uma tarefa, vou até ao fim. Tenho a capacidade de identificar uma meta e de cumpri-la com eficiência e com espírito de sacrifício. Sou muito otimista. Acho sempre que as coisas vão resultar e que tudo vai correr bem. Vejo o lado positivo das coisas, o copo meio cheio.

Vejo mal…: Posso ser bastante mordaz na crítica. Tenho tendência para sublinhar o que corre mal. Sou muito frontal e bastante crítica. Mas não sou uma pessoa que guarda mágoas ou propriamente orgulhosa. Não consigo parar de trabalhar, tenho dificuldade em desligar. Não tenho capacidade de relaxar, esqueço-me de brincar, de aligeirar as coisas. Há dois, três anos que ando a tentar corrigir. Tenho dificuldade em delegar, em confiar. É uma carga mental tremenda tentar cobrir todas as frentes. E fico uma pessoa careta. Detesto ruturas, despedidas. Tenho muita dificuldade em dizer que não, em dizer adeus, em terminar situações e relações que não são saudáveis, que já não fazem sentido. Tenho medo da mudança, tenho medo de magoar.

Rapper
37 anos