Acessórios decorativos que unem as pontas dos punhos das camisas masculinas, os botões de punho nunca saem de moda. Assim o diz o alfaiate Paulo Battista, declarando que “todo o ‘gentleman’ tem de ter o seu par”. “É algo intemporal e que está nas regras de etiqueta”, aponta, notando que “haverá sempre uma ocasião em que um homem usará camisas com punho duplo”.
Paulo sugere aos clientes, e faz “sempre questão, que todos os noivos se casem com botões de punho”. E são muitos os compradores que soma, entre eles muitos craques da bola. Manuel Luís Goucha também aprecia o corte dos seus fatos e, amiúde, exibe também ele botões de punho, tendo mesmo mandado fazer uns de umas libras de ouro oferecidas pelas mãe.
Atento aos pormenores, Paulo Battista reconhece que usar botões de punho ainda pode ser “uma forma de homenagear os pais ou avós que eram mais vaidosos” e guardaram algum exemplar. No entanto, “cada vez há mais marcas especializadas” e o próprio alfaiate criou “uns botões de punho que são uns mochos e simbolizam sabedoria” em parceria com a Maison Simão, em ouro branco, com diamantes e esmeraldas lapidados.
Os botões devem combinar com o que se veste e com o próprio estilo. Para jogar pelo seguro, o melhor será aliar a cor do acessório à cor de, pelo menos, uma peça de roupa, ou até mesmo do conjunto. O formato e o material também deverão adequar-se à ocasião, ou seja, diamantes não se devem usar num piquenique, mas sim em eventos noturnos, assim como as caveiras devem ser evitadas em ambientes mais formais.
Elementos divertidos são permitidos em festas e convívios casuais, revelando um pouco da personalidade de quem arroja, até por os botões de punho serem assumidamente a brincar e sem a rigidez que lhes esteve na base. A Revolução Industrial popularizou-os e os homens, da classe média à elite, passaram a usá-los, até porque as camisas de botões só surgiram nos anos 1920. Mas, por mais que a moda evolua, como sublinha Paulo Battista, “uns bonitos botões de punho serão sempre sinónimo de elegância masculina”.