Botins e botas: manifesto de independência

“Seja com calções ou com vestidos e saias maxi, num estilo mais rock ou mais boémio, os botins são uma peça marcante nos dias mais quentes.” Assim garante o stylist Pedro Crispim, reconhecendo que há uma panóplia à escolha. Desde “os botins em pele perfurada, com texturas diversas com inspiração snake [cobra] ou floral, aos botins que revelam o calcanhar ou os dedos dos pés”, sem esquecer um “leque variado de cores, começando nos tons intemporais até àqueles que são mais tendência”, elenca o profissional, tirando uma proposta em branco da prateleira.

A coleção de Luís Onofre para a estação mais quente é o espelho da moda, reinventando os botins texanos que foi apresentando nas últimas quatro temporadas. A diferença é que, no verão, dá “protagonismo aos recortes” e adapta o formato ao calor, detalha o designer de Oliveira de Azeméis, reconhecendo que “são uma tendência intemporal porque são versáteis e confortáveis”. O também presidente da APICCAPS não tem dúvidas que este tipo de calçado se adapta “a diferentes silhuetas mais urbanas e boémias”. No entanto, “o mais importante é que são, quase sempre, um manifesto de independência e força que transmite segurança a quem o usa”.

As botas calçam-se como opção, como que saindo dos recintos dos festivais, adiados para 2021 por causa da pandemia, para o bulício das cidades, para afirmar estilos com personalidade. Mas são as de cano mais baixo que mais se veem, incluindo as de inspiração militar.

Voltando aos botins que estão na berra, há que ter alguns cuidados pois, “se mal conjugados, podem dar a sensação de cortar a altura e tornar a silhueta mais larga”, avisa Pedro Crispim, alertando que uma mulher mais baixa e com os tornozelos largos deve evitar usar este tipo de calçado com saias ou calções curtos. Nestes casos, aconselha “peças que sobreponham o cano”.