Berlindes: esferas de poder desde a antiguidade

O modo de jogo dos berlindes varia de país para país

Dão para horas e horas de partidas que parecem intermináveis. Os berlindes têm história antiga e continuam populares.

Os abafas, os cebolinhas, os vidrinhos, até as vacas leiteiras. São várias as gírias atribuídas aos diferentes tipos de berlindes. Em Portugal, a tradição deste jogo tem várias gerações e continua a exercer fascínio. As regras são simples: basta fazer uma cova no chão, atirar para lá o berlinde e, depois, ir eliminando os dos adversários, acertando-lhes em cheio. Quem conseguir fazer com que um dos concorrentes fique sem as pequenas esferas no espaço de jogo é considerado vencedor.

O modo de jogo varia de país para país. No Brasil, por exemplo, onde o berlinde é conhecido como bola de gude, ao invés de uma cova desenha-se um triângulo e é desde lá que se desenrola toda a ação. O certo é que a prática existe desde tempos imemoriais. Nem sempre com os berlindes tal qual hoje os conhecemos, e que podem ser feitos de materiais tão diferentes como o vidro ou o plástico. Longe disso. Os historiadores apontam que nas antigas civilizações egípcia, grega e romana o jogo era já bastante popular, sendo então utilizadas pequenas pedras, caroços de fruta ou de azeitona e nozes. O objetivo consistia sempre no mesmo – acertar nas peças dos companheiros de partida e deixá-los rasos de soluções.

Séculos mais tarde, colonizadores europeus levaram os berlindes para o continente americano, onde rapidamente ganharam fama e adeptos. No século XIX, na Alemanha, fabricantes apostaram em polir esses brinquedos, tornando-os melhor jogáveis e dando-lhes também desenhos únicos que os tornaram quase peças de arte.