
No passado, os baús assumiram a função de guarda e transporte de objetos valiosos. No presente, ganham ainda mais valor, pois têm a possibilidade de dar vida às casas. Além do caráter decorativo, possuem a especial característica de serem peças que permitem uma melhor organização. “Falamos de arrumação, não só de utilidades, mas também de memórias e vivências: álbuns de fotos, diários, coisas que nos são queridas e que de vez em quando desejamos reviver e recordar”, realça Helena Sousa, decoradora e proprietária da loja “Cenários com História”, em Barcelos.
Gostos não se discutem e a ornamentação de uma casa depende, essencialmente, de quem nela habita. Enquanto peça intemporal, o baú acompanha as tendências e o vime tem sido a escolha do momento, embora a madeira seja um clássico que nunca passa de moda, como confirma Cristina Varela, sócia-gerente e designer do estabelecimento D106, em Leça de Palmeira. Extremamente úteis para quem tem falta de espaço em casa, facilitam a arrumação, ao tornar possível guardar, por exemplo, roupas, livros, brinquedos, utensílios de jardinagem. São verdadeiras caixas de surpresas. Podem ser colocados debaixo da consola do hall de entrada, nos pés da cama, no jardim ou onde a imaginação desejar. Na casa de Helena Sousa, funciona como mesa de apoio e assume um papel triplo: decoração, arrumação e móvel. Nesse sentido, a conhecida decoradora lança aos leitores da NM o desafio para pensarem nesse múltiplo desempenho nas suas casas e – porque não? – darem uma nova imagem àquele baú antigo, guardado no sótão. Afinal, “são peças de família, geracionais, ricas e únicas em história”, acrescenta a proprietária da loja de Barcelos.
E, mesmo que goste de uma casa decorada com linhas modernas, não tenha receio de arriscar – aposte numa peça de outros tempos. Daqui a pouco, o outono chegará. Estará na hora de fazer mudanças, de dar vida a uma peça esquecida, conferindo-lhe uma nova personalidade. Vai ganhar uma nova casa.