Atenção: horas de sono a mais ao fim de semana não repõem descanso perdido

Estudo de universidade americana indica que dormir mais ao sábado e ao domingo pode afetar o metabolismo do corpo e provocar graves problemas de saúde a longo prazo.

Se pensa que dormir mais durante o fim de semana repõe as horas de sono perdidas ao longo da semana está enganado. Um estudo, publicado na revista “Current Biology”, indica que tentar recuperar as horas de descanso durante o sábado e o domingo não traz qualquer benefício, nem ajuda a melhorar o funcionamento do metabolismo.

De acordo com Kenneth Wright, coautor da experiência e professor da Universidade do Colorado Boulder, nos Estados Unidos, a prática de dormir mais durante os fins de semana necessita de ser ponderada, pois pode vir a prejudicar a saúde a longo prazo. O estudo contou com 36 participantes, com idades compreendidas entre os 18 e os 39 anos, que passaram 13 dias num laboratório. O objetivo foi analisar como a falta de repouso durante a semana e a tentativa do restabelecimento das horas de sono perdidas afetam o metabolismo e a saúde.

Nas três primeiras noites, as cobaias puderam dormir oito horas, sendo posteriormente divididas em três grupos. O primeiro conjunto, com oito pessoas, teve autorização para prosseguir com as oito horas de sono diárias até ao fim da experiência. Já os outros dois grupos, com 14 elementos cada, dormiram apenas cinco horas por noite. Ao fim de quatro noites, uma das amostras foi autorizada a descansar e a estabelecer o número de horas que queria dormir. Após o fim de semana, voltaram a passar por mais duas noites de restrição de sono antes de poderem descansar.

Ao longo da experiência, os dois grupos em privação de sono ganharam peso. A amostra que pôde recuperar o sono perdido exibiu ligeiras melhorias, mas os benefícios desapareceram quando a restrição foi retomada. Assim, a pesquisa concluiu que dormir pouco pode aumentar o risco de sofrer alguns problemas de saúde, inclusive obesidade e diabetes tipo 2, impulsionados pela vontade de comer à noite e pelo desenvolvimento da sensibilidade à insulina.

Peritos não envolvidos na pesquisa afirmaram que, apesar dos efeitos comprovados pela experiência terem sido pouco significativos, seria provável o aumento do impacto se o estudo continuasse por mais tempo. Os mesmos especialistas reforçaram que os resultados alcançados sublinham a importância de dormir durante a semana sete a nove horas (adultos) e como é essencial manter um horário regular para deitar e levantar quotidianamente.