As dez curvas para a glória de Miguel Oliveira

(Foto: Christian Bruna/EPA)

Curva 1

Catar, 20 de março de 2011
Faz a estreia no mundial de velocidade, ainda nas velhinhas 125 cc, e mostra de imediato toda a qualidade, fechando a corrida no décimo lugar e somando os primeiros pontos de uma carreira construída com passos seguros e sem saltar qualquer etapa.

Curva 2

Portugal, 1 de maio de 2011
Corre pela primeira vez em Portugal integrado no Mundial de motociclismo. No Circuito do Estoril, foi o terceiro mais rápido na qualificação e conseguiu o sétimo lugar na corrida. Este ano, Oliveira e o MotoGP regressam ao nosso país, com o Autódromo Internacional do Algarve, em Portimão, a receber a última corrida da época, a 22 de novembro.

Curva 3

Barcelona, 3 de junho de 2012
Já aos comandos de uma Suter Honda e no novo campeonato de Moto3, estreia-se numa subida ao pódio. Depois de três desistências consecutivas, termina o Grande Prémio da Catalunha no terceiro posto e abre o champanhe pela primeira vez.

Curva 4

Mugello, 31 de maio de 2015
Depois de dois anos na Mahindra, oferecendo o primeiro pódio de sempre à marca indiana, assina pela KTM Ajo e atinge outro nível. Depois de um segundo lugar no GP de Espanha, conquista a primeira vitória da carreira em Moto3, após uma corrida épica e na qual partiu da 11.ª posição.

Curva 5

Assen, 27 de junho de 2015
Menos de um mês depois, segunda vitória de Falcão em Moto3, desta vez na Holanda. O português subia na classificação do Mundial, mas o colega de equipa na KTM Ajo, Danny Kent, tinha quatro vitórias e três outros pódios em oito corridas disputadas. O título parecia impossível para o português…

Curva 6

Comunidade Valenciana, 8 de novembro de 2015
O final da temporada de 2015 foi incrível para Oliveira. Os segundos lugares em São Marino e no Japão e as vitórias em Aragão, Austrália e Malásia fizeram com que o título mundial deixasse de ser uma miragem e passasse a ser uma possibilidade real. Na última corrida do ano, em Valência, fez o que lhe competia – vencer a corrida -, mas o nono lugar de Danny Kent bastou para o britânico se sagrar campeão, com apenas seis pontos de vantagem sobre Miguel Oliveira.

Curva 7

Aragão, 23 de setembro de 2016
O título de vicecampeão mundial de Moto3, abre-lhe as portas da categoria superior, mas a primeira época, com a Leopard Racing, não foi brilhante. O oitavo lugar na Catalunha foi o melhor resultado e o pior momento aconteceu em Aragão, quando caiu nos treinos livres e fraturou a clavícula. Falhou quatro corridas e fechou o ano com um 13.º posto em Valência.

Curva 8

Austrália, 22 de outubro de 2017
Assina pela KTM Ajo, no ano de estreia da equipa na categoria e a evolução dos resultados não engana. Dois segundos lugares e quatro terceiros lançaram (mais) um final de época espetacular do piloto português, que encerrou o ano com três triunfos consecutivos – Austrália, Malásia e Comunidade Valenciana – que lhe permitiram ser terceiro no campeonato, a apenas dois pontos do segundo. Em 2018, sobe ainda mais um patamar, sendo segundo classificado no campeonato e somando mais três vitórias para o currículo.

Curva 9

Áustria, 11 de agosto de 2019
Depois de ter sido eleito o Desportista português de 2018, Miguel Oliveira chega à classe rainha do motociclismo. Com a Tech 3, equipa satélite da KTM que também se estreava em MotoGP, foi-se adaptando à nova, e bem mais exigente, realidade. Somou pontos em seis das primeiras dez corridas, antes de se estrear no top 10, em Red Bull Ring, na Áustria. Era um bom prenúncio para o futuro.

Curva 10

Áustria, 23 de agosto de 2020
A pandemia atrasou o início do campeonato e cancelou qualquer coisa como 11 corridas, mas não impediu Miguel Oliveira de escrever a página mais dourada do motociclismo de velocidade português. Depois de um oitavo lugar em Espanha e de um sexto na República Checa, a primeira passagem pelo Red Bull Ring acabou no chão e em polémica, mas o regresso, oito dias depois, foi bem diferente. Quando Portugal já se preparava para festejar o primeiro pódio de sempre em MotoGP, Miguel Oliveira decidiu que o terceiro lugar não bastava. O Falcão voou bem alto na última curva, ultrapassou dois adversários e soltou o grito da vitória. As lendas começam assim.