Artigos para a casa com matéria-prima que sai do mar

O novo catálogo da Fapil, batizado como Ocean, estará disponível para compra em março

E do lixo dos oceanos se faz novo. A Fapil, empresa da Malveira, inova ao usar plástico recolhido das águas como matéria-prima.

Está a chegar ao mercado uma gama de produtos fabricados apenas a partir de plástico marítimo reciclado. Uma novidade internacional com dedo português, mais propriamente da Fapil, empresa sedeada na Malveira que há mais de quatro décadas se dedica a desenvolver material de limpeza e arrumação.

“Há muitos anos que temos uma grande preocupação com a sustentabilidade ambiental. Trabalhamos somente com material terrestre reciclado há já duas décadas. Agora, apostamos no mesmo tipo de ideia mas com lixo proveniente do mar”, revela Fernando Teixeira, CEO da Fapil.

Fernando Teixeira, CEO da Fapil, empresa sediada na Malveira

O conceito passa por aproveitar redes de pesca, cordas e outro tipo de detritos de plásticos deixados nos oceanos, transformando-os em algo útil e aproveitando-os como matéria-prima para os produtos que fazem o ADN da empresa. “O lixo é depositado em vários portos do Mundo e depois enviado para uma empresa internacional para ser tratado. Finalmente, chega às nossas mãos e é transformado em caixas de arrumação, baldes ou vassouras”, detalha Fernando Teixeira.

O novo catálogo da Fapil, batizado como Ocean, estará disponível para compra em março e será composto por 35 peças que tiveram nos preocupantes resíduos dos mares a sua origem. Apesar de nem tudo ser tão fácil como a produção original, a intenção é continuar a expandir mercados e não desistir de um propósito que junta inovação a preocupações ambientais.

Redes de pesca, cordas e outro tipo de detritos de plásticos deixados nos oceanos são usados como matéria-prima

“Apenas 20% por cento do material de mar reciclado é aproveitável. Os restantes 80% usados são também provenientes de reciclagem, mas terrestre. De qualquer forma, tais condicionantes não nos fazem voltar atrás. Pelo contrário, o que queremos é vender o mais possível para fora do país”, sublinha o responsável. Para mostrar lá fora o que está a ser feito cá dentro, a Ocean foi levada a feiras internacionais, a mais recente em Frankfurt, na Alemanha.

“É importante despertar consciências para que outros sigam o nosso exemplo”, defende Fernando Teixeira. A bem do futuro dos mares. Basta lembrar que, segundo números da Greenpeace, a cada 20 segundos são deixadas 20 toneladas de lixo nos oceanos.