Algemas: agarrem-nos enquanto puderem

O uso das algemas não se prende só com possíveis contratempos com a justiça

No princípio, usavam-se cordas e tudo aquilo que desse jeito para manietar prisioneiros. Acontecia na Mesopotâmia, há 4 mil anos, onde há registos de pessoas amarradas com as mãos atrás das costas. Só quando o metal passou a ser mais facilmente manipulado é que vieram as correntes, os grilhões e as primeiras algemas, que começaram por ser de tamanho único. Ficavam apertadas a quem tinha os pulsos maiores e lassas a quem os tinha mais finos. Eram, basicamente, grilhetas com bloqueios. O método consta da Bíblia, nos Atos dos Apóstolos: “E aconteceu que, na noite anterior ao dia em que Herodes pretendia submetê-lo a julgamento, Pedro dormia entre dois soldados, com algemas presas a duas correntes”.

O modelo evoluiria em 1862 com uma invenção de W. V. Adams. Foi este o homem que resolveu o problema do ajuste das argolas aos pulsos. Três anos depois, o empresário John J. Tower aproveitou aperfeiçoamentos alheios para criar a empresa Tower Company, uma das mais bem sucedidas no setor. Como procurou sempre inovar, conseguiu uma patente para o desenho com um arco redondo. Hoje, na maior parte dos países, as algemas têm o mesmo tipo de fecho, para evitar problemas devido à perda da chave. Assim, há sempre outro agente da autoridade que tem um exemplar.

Mas o uso das algemas não se prende só com possíveis contratempos com a justiça. Há quem faça delas um adereço erótico para apimentar as relações sexuais. E, dizem os entendidos, não oferecem grande resistência à fuga como acontece com as “reais”. Essas, entretanto, continuam a sofrer alterações tendo em vista o mesmo objetivo: tornar a fuga mais difícil.