A sonhar com banhos de sol

Piscina da Casa Touguinhó III, em Vila do Conde, um projeto do arquiteto Raulino Silva

Contrariando o velho hábito de deixar tudo para a última, há quem escolha os meses de fevereiro e março para avançar com a construção de uma piscina. O objetivo é simples: ter tudo pronto a tempo dos dias de maior calor. Da construção aos acessórios, múltiplas são as coisas a ponderar, nunca esquecendo a questão da segurança.

“Muitas pessoas dizem que só querem construir uma piscina se puderem pagar uma cobertura de segurança”, diz Pedro Pereira, gestor de clientes da PoolSet Piscinas, em Setúbal. Mesmo que em Portugal essa ainda seja “uma questão de bom senso”, ao contrário do que se passa em França, onde “é obrigatório as piscinas terem uma cobertura ou uma vedação”, Pedro Pereira garante que a procura dos equipamentos tem vindo a aumentar, “principalmente quando são noticiados acidentes em piscinas”.

Além de protegerem o espelho de água, “as coberturas ajudam a manter a temperatura”, algo muito importante no caso das piscinas aquecidas. Por cá, a mais comum é a cobertura de bolhas, uma capa em plástico mais indicada para o verão. Há ainda coberturas de inverno e de barras, entre outras. Mas, para o elemento da PoolSet Piscinas, “as laminadas são as mais seguras” porque “têm resistência ao peso”.

Água para todos

As piscinas podem ser de três tipos: “Skimmer, transbordo ou caleira finlandesa”. A primeira tem um escumador na parede da piscina, um equipamento “que permite eliminar a sujidade da superfície”, nota Pedro Pereira. A piscina transbordo, “mais conhecida por piscina de bordo infinito”, permite que, uma vez construída num ponto alto, haja “queda livre de água para uma caleira”. Já a piscina de caleira finlandesa “possibilita que a água transborde para o interior de uma caleira em todo o perímetro do tanque”.

Piscina da Casa Touguinhó III, em Vila do Conde, um projeto do arquiteto Raulino Silva

Em comum, todas têm a manutenção e os muitos acessórios que podem ser comprados, desde cascatas a robôs para aspirar a sujidade. “Em termos de tratamento, as piscinas obrigam a um sistema de filtragem” e a desinfeção da água deve ser sempre uma preocupação. “A água tem que estar com o PH equilibrado, de modo a evitar reações na pele”, revela o gestor de clientes. Antes , as piscinas “eram muito fundas”. Hoje, as pessoas “fazem questão de que todos possam usufruir”. Luís Azevedo, da ALG – Tratamento de Águas, de Santo Tirso, comercializa robôs há 30 anos. E enumera as vantagens da sua utilização: “Ajudam a manter a piscina limpa e diminuem o número de lavagens que é preciso fazer ao filtro. Além disso, não se desperdiça tanta água e poupa-se nos químicos e, no caso das piscinas aquecidas, na energia”.

Independentemente da construção, o arquiteto Raulino Silva, autor da Casa Touguinhó III, em Vila do Conde, diz que “o sonho de muitas pessoas é ter um terreno grande, com privacidade e espaço para os miúdos poderem jogar à bola”. O preço varia muito, de acordo com os materiais, o terreno e o trabalho desenvolvido, mas, “em média, uma piscina custa 15 mil euros mais IVA”.

A verdade é que se trata de um equipamento que não serve só para tomar banho. “Mesmo no inverno, funciona como um elemento decorativo. E o nosso objetivo é que tenha uma relação com o interior da habitação. As pessoas podem estar no alpendre e contemplar a água e, à noite, a iluminação da piscina.” Por norma, quem faz uma casa já tem “algumas ideias”. Cabe ao arquiteto “adaptar essas ideias ao desenho”.