A história da espreguiçadeira: do Titanic para o museu

O percurso da espreguiçadeira tende a confundir-se com o da cadeira de praia

A bordo do Titanic, Rose, jovem de classe alta enfiada num faustoso vestido amarelo-pálido, e Jack, garoto pobre vindo algures do Wisconsin, vão falando das origens. No convés, por onde caminham lentamente, há umas quantas espreguiçadeiras de madeira, quase invariavelmente ocupadas por homens de fato e ar aristocrático, em banhos de sol.

A cena, parte integrante do filme “Titanic”, de James Cameron, ajudou a dar fama ao objeto, que haveria de estimular o apetite gastador de uns quantos. Estima-se que a bordo do navio havia 600 “chaise longues”. Destas, seis foram recuperadas e inevitavelmente cobiçadas. Uma chegou a ser vendida por mais de 100 mil euros. E outra ainda hoje jaz orgulhosamente no Museum of the City of New York.

Este será porventura o ponto alto da fama de um objeto particularmente cobiçado na piscina ou na praia, mas sem história propriamente rebuscada. De resto, o percurso da espreguiçadeira tende a confundir-se com o da cadeira de praia, por serem várias as semelhanças entre ambas.

Apesar de serem largamente associadas à cultura britânica, acredita-se que um americano chamado John Cham tenha sido o primeiro a registar a patente, em 1855. Três décadas depois, o britânico John Thomas Moore seguiu-lhe os passos, registando nova patente, já com umas quantas inovações à mistura.

Daí à popularidade global foi um instante: primeiro nos conveses dos cruzeiros de luxo – como o Titanic -, depois nos grandes parques ao ar livre, como o Hyde Park, em Londres. Até aos hotéis, onde ainda hoje as encontramos com fartura. Nenhuma tão famosa como as eternizadas pela cena de Rose e Jack.