A demorada popularidade das tartarugas

Sessente anos é a esperança média de vida de uma tartaruga em ambiente doméstico, com as necessárias condições de higiene, alimentação e cuidados médicos

Há que saber escolher. Terrestres ou aquáticas, é necessário adequar as condições de alojamento e de alimentação a cada espécie para que estes répteis permaneçam saudáveis.

As tartarugas são dos répteis mais populares em Portugal como animal de estimação, sendo as aquáticas dos continentes americano e asiático as mais comuns, refere Rui Patrício, médico-veterinário do Hospital dos Animais. Embora se confunda ainda cágado com tartaruga, este especialista em animais exóticos explica que “cágado é o nome popular para se designar as tartarugas aquáticas autóctones de Portugal”. E alerta: tendo em conta que a detenção de espécies autóctones só é permitida se forem comprovadamente criadas em cativeiro, este é um ponto a ter em conta quando se compra uma tartaruga.

Há outros fatores de relevo. A tartaruga aquática deve viver num aquário ou num lago, onde passa a maior parte do tempo, e não ser alimentada com camarão seco. A terrestre pode viver em terrários adequados ao seu tamanho, ou seja, que lhe permitam mergulhar e nadar. Deve ainda garantir que a água se conserva à temperatura adequada à espécie e sem sujidade, e que ela tem acesso a radiação UVB, importante para a absorção do cálcio dos alimentos.

Ao comprar uma tartaruga, esteja atento a alguns aspetos. Um animal saudável apresenta a carapaça dura, olhos e nariz sem corrimento e olhos bem abertos e brilhantes. Se mais tarde quiser adquirir outra, é importante estar atento ao comportamento das duas nos primeiros dias, uma vez que estes são animais territoriais.

Segundo Rui Patrício, as doenças mais comuns nestes répteis são as relacionadas com o mau maneio (condições de temperatura, água e iluminação deficientes) e a alimentação: pneumonias causadas por correntes de ar, distócias (dificuldade na postura dos ovos) e as provocadas por carências nutricionais, nomeadamente doença óssea metabólica devido à falta de cálcio e a hipovitaminose A, resultante dos baixos níveis de vitamina A.

As tartarugas podem também ser vítimas de acidentes domésticos. “Os mais comuns são quedas de varandas, dentadas de cães e atropelamentos”, diz Rui Patrício. As consequências mais comuns são a fratura da carapaça. Se isso acontecer, o animal deve ser imediatamente encaminhado para o médico-veterinário, correndo o risco de morrer se não for prontamente socorrido.

Se a tartaruga for saudável, basta ser vista pelo médico veterinário uma vez por ano. A frequência da desparasitação depende da espécie.