A carne já não manda nos hambúrgueres

Foto: Leonardo Negrão/Global Imagens

Preparado de carne picada e aglomerada, geralmente arredondado. Esta é a definição de hambúrguer segundo o Dicionário Priberam da Língua Portuguesa – insuficiente, tal a profusão de alternativas que excluem a carne.

“Não se trata de uma moda”, considera Elisabete Pinto, responsável pela cozinha dos restaurantes BB Gourmet, no Porto, e adepta de hambúrgueres fora da caixa. “As pessoas começam a ficar consciencializadas de que a carne não é o mais seguro dos caminhos alimentares. E a perceber que pode ser substituída por escolhas saudáveis.” A chef pensou um conjunto de hambúrgueres com bases como a quinoa, o grão, o salmão, a beterraba, até o bacalhau.

Igual ideia partilha Miguel Marques, proprietário do Estaminé 1955, em Cacilhas, onde a oferta sem carne é assídua. “Cada vez sentimos mais procura, nomeadamente por pessoas que se identificam como vegetarianas ou vegans. Muito embora os, digamos, consumidores comuns sintam muita curiosidade por este tipo de hambúrgueres e fiquem surpreendidos com a qualidade da diferença.” Diferença que passa, por exemplo, pelo atum de escabeche, camarão ou alternativas vegetais.

Levados para os EUA por alemães da cidade de Hamburgo no século XIX, os hambúrgueres parecem estar a mudar de paradigma. “A perspetiva é que o futuro traga mudanças mais frequentes que não incluam os ingredientes habituais”, antecipa Miguel Marques. “Até porque retirar-lhes a carne é uma boa forma de promover uma alimentação saudável”, completa Elisabete Pinto.