Oito conselhos sobre relações que sempre ouvimos (e são totalmente errados)

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As mães dizem de sua justiça sobre as relações amorosas. A amiga vem e acrescenta um ponto. E quando não são os familiares e amigos são as revistas, os estudos científicos, os ditados populares. Está a ver aqueles conselhos que todos (mas mesmo todos) têm sempre para nos dar com a melhor das intenções? Não acredite em tudo o que ouve.

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NUNCA SE DEITEM ZANGADOS

O princípio de conciliação inerente é bom, mas nem todos os problemas se resolvem num dia (muitas vezes nem em semanas ou meses), quanto mais no espaço de horas compreendido entre o momento em que se zangam até ao de irem para a cama. Ainda assim, lembre-se que ceder de parte a parte é importante nas relações, se houver margem para isso. Sobretudo quando essas cedências se traduzem em crescimento a dois.

UM BEBÉ MELHORA A RELAÇÃO

Melhora se o casal estiver bem à partida. Caso contrário, o mais certo é ficar ainda pior, já que as exigências de se ter um bebé tendem a acentuar a tónica geral do relacionamento – acrescentando-lhe necessariamente uma boa dose de stress e desentendimentos que pressupõem que haja vontade, e o respetivo esforço em conjunto, para dividirem responsabilidades.

OS OPOSTOS ATRAEM-SE

Crescemos a ouvir esta frase e é até mais romântico imaginar um amor que tudo supera e nos completa (um engano de que lhe falamos mais à frente). A verdade, porém, é que estudos científicos demonstram que não só procuramos encontrar no outro as nossas próprias características, como parecenças na personalidade se revelam mais importantes, num relacionamento feliz, do que a concordância em matéria de religião, atitudes e valores.

DESDE QUE EXISTA AMOR…

Amor é muito bom e recomenda-se, até porque sem ele os dois nem sequer estariam juntos à partida. Ainda assim, relações saudáveis precisam de muito mais que de amor para funcionarem, a começar pelo respeito, boa comunicação, riso, compreensão, desejo, aceitação. Ciúmes doentios, cobranças e discussões sem sentido devem fazer soar o alarme.

ALMAS GÉMEAS COMPLETAM-SE

Almas gémeas, se é que existem, não deixam de ser duas pessoas distintas e completas em si mesmas, que além do mais têm interesses diferentes e amigos/colegas/conhecidos diferentes, pelo que é natural quererem passar algum tempo a sós para desfrutarem disso. Não se distraia do seu próprio valor. A ideia de que um existe para completar o outro é relativa e pode conduzir a problemas na relação.

É TUDO A MEIAS

Não é. Mais uma vez, o facto de serem pessoas diferentes implica que não se possa contabilizar o compromisso numa relação precisa de «quem dá o quê a quem, quando e a receber o quê em troca». Impossível fazer contagens deste género. Haverá alturas em que um terá de segurar mais as pontas em casa para o outro se lançar na carreira, ou tirar um curso, ou aprender uma língua, e outras em que os papéis se invertem – e está tudo bem assim, amor verdadeiro não é exigência. Faz parte de se ser parceiro de alguém.

O OUTRO TEM DE SABER LER-NOS

É por tantos casais acreditarem nisto que acabam a alimentar ressentimentos em relação ao parceiro. E injustos, já que o outro não tem como saber/antecipar/responder às nossas necessidades a menos que falemos sobre elas. «Não existe nada mais fatal em relações longas do que a falta de comunicação entre o casal», alerta a investigadora em relações Kristen Mark, da Universidade do Kentucky, EUA, considerando ser essa a base da satisfação a dois.

O AMOR NÃO É UMA ESCOLHA

Pode até nem ser uma escolha no sentido de que amamos (ou não) e pronto, mas é escolha sua não se sujeitar a situações que tragam sofrimento. E é escolha sua não deixar que lhe exijam ser uma pessoa diferente para se tornar perfeita aos olhos de quem quer que seja. Tal como é escolha nossa nunca tentarmos forçar o outro a algo que o deixe desconfortável apenas para testar se é, de facto, capaz de se sacrificar por nós.