Cinco coisas que precisa de saber sobre enxaquecas

Não, não é uma simples dor de cabeça. E pode ter consequências graves. Fique atento aos sinais.

“Este assunto está a deixar-me com enxaqueca”. Já usou esta frase quando está realmente farto de uma situação? Pois bem, pode até ser uma expressão recorrente mas as enxaquecas são mais do que uma dor de cabeça e devem ser levadas a sério. Estima-se que 8 a 15% dos cidadãos dos países ocidentais sofram de enxaqueca e estas acontecem mais frequentemente que asma ou diabetes. Por isso, é tão importante perceber o que são e como se manifestam, não só para o que fazer, como também para ajudar quem passa por esta situação desconfortável.

São mais do que uma dor de cabeça

Wade Cooper, neurologista e diretor do Headache and Neuropathic Pain Program, na Universidade de Michigan adverte para a diferença entre uma dor de cabeça e uma enxaqueca. “Uma dor causada por stress ou tensão caracteriza-se por uma pressão na parte de trás da cabeça, pescoço e têmporas.”. Por outro lado, uma enxaqueca carateriza-se por uma dor geralmente latejante, de um dos lados da cabeça, que dura de 4 a 72 horas (se não medicada). “Se a dor for insuportável e vier acompanhada de sensibilidade ao som e à luz e náuseas, provavelmente é uma enxaqueca”, explica o médico. É importante perceber a diferença e agir consoante a situação. Não desvalorize se alguém lhe disser que está com uma dor incapacitante.

As pessoas com enxaquecas ficam mais sensíveis

Quando uma pessoa tem um episódio de enxaqueca, fica mais sensível aos sons, cheiros, luz. Qualquer situação rotineira como uma máquina a lavar roupa, as crianças a brincar, um perfume mais intenso, alguém a falar alto pode tornar-se um pesadelo. É por isso que pessoas com enxaqueca precisem de ficar num quarto escuro, sem barulho. Se alguém lhe disser que precisa de o fazer, respeite esse momento e faça de tudo para não perturbar.

Isolam-se e não falam do assunto

A grande maioria das pessoas que sofrem de enxaquecas não falam desta condição abertamente, por pudor ou vergonha. Ainda que consultem médicos especialistas em dor ou neurologistas e tomem medicação, ainda não é um tema amplamente discutido, talvez porque se confunde enxaquecas com dor de cabeça e tende a achar que o queixoso “está a exagerar”. É mais comum do que seria desejado que as pessoas com ataques frequentes se isolem. Se a situação, por si, já é penosa, sem a compreensão de quem está em volta, torna-se ainda mais complicado. Por isso, mesmo que a pessoa não fale abertamente sobre o assunto, se apresentar todos os indícios de que sofre desta condição, tente perceber e moldar-se à circunstância, sem exigir muitas explicações.

Causam mudanças de humor

As enxaquecas são causadas por questões neurológicas e causam uma dor aguda tal que as pessoas tendem a ficar mais tristes, com pensamentos destrutivos, sem qualquer ânimo. Pensar em desistir é frequente e o desespero é difícil de controlar. A pessoa em sofrimento nem sempre percebe esta alteração de humor porque está embrenhada no ataque. É importante dar espaço, entender que certas reações mais bruscas não são propositadas e, sobretudo, entender que é um momento passageiro.

Podem causar imobilidade

Como dito anteriormente, muitas pessoas que sofrem de enxaquecas graves só conseguem estar deitadas num quarto sem barulho e, de preferência, pouca luz. Uma toalha molhada com água fria sobre os olhos aumenta a sensação de alívio. Isto não quer dizer que alguém com uma enxaqueca não consiga continuar o seu dia e cumprir algumas tarefas. Mas, se o estado se agravar, realmente o corpo vai abaixo e é aconselhável repouso. Entenda que não é preguiça ou uma desculpa para não fazer nada. Quando a situação chega a este ponto, respeite a pessoa que está em sofrimento e ofereça-se para ajudar no que for preciso.