Quando a namorada o visitou na prisão levou-lhe um pequeno invólucro de borracha com canábis. O homem, cuja identidade não foi revelada, inseriu-o na narina direita para passar despercebido pela revista dos guardas. E passou.
Só depois, na cela, ao tentar recuperar a embalagem percebeu que afinal tinha falhado. O recluso não encontrou o produto escondido e acreditou ter engolido a canábis acidentalmente. Passados 18 anos, constatou que a embalagem sempre esteve no sítio onde tinha sido posta, no nariz.
O caso foi tratado e contado por um grupo de médicos num estudo publicado no British Medical Journal. De acordo com o responsável pelo procedimento, Murray Smith, o balão tornou-se num rinólito, uma pedra na cavidade nasal formada com o cálcio em redor da borracha. Isso fez com que o homem tivesse sinusites constantes e queixas frequentes de obstrução nasal.
Os anos passavam e, apesar de tudo, o australiano levava uma vida normal. Só recentemente, quando começou a sentir fortes dores de cabeça, é que procurou tratamento no Hospital Westmead, na cidade australiana de Sidney. Após um exame de raios X, os médicos encontraram uma estranha massa na cavidade nasal.
Era “uma cápsula de borracha que continha matéria vegetal ou uma planta deteriorada”, que precisou de ser removida cirurgicamente. E foi nessa altura que o paciente se lembrou do episódio ocorrido na prisão, tantos anos antes.