Texto de Sara Dias Oliveira
Grande parte das mulheres em pós-menopausa só descobre que tem osteoporose após sofrer uma fratura. Na população feminina, a redução da densidade óssea é relevante em mulheres depois da menopausa, devido à redução dos níveis de estrogénio. A diminuição da atividade física e as alterações nutricionais podem afetar o metabolismo e contribuir para a osteoporose. E as fraturas acontecem.
Há estudos que demonstram que 80% dos doentes apresentam alguma limitação na realização das atividades da vida diária um ano depois de uma fratura da anca, 40% não são capazes de caminhar de forma autónoma, 30% apresentam limitação funcional significativa e permanente. E, pelo menos, uma em cada dez pessoas que sofrem uma fratura do fémur morre no ano seguinte ao acidente.
“As fraturas de fragilidade que ocorrem após um pequeno traumatismo, como uma queda na rua, ou até mesmo sem traumatismo, são mais frequentes nas mulheres. Contudo, os homens, sobretudo os mais idosos, também estão em risco”, refere à NM a médica Ana Rodrigues, da consulta de Reumatologia do Hospital de Santo Espírito de Angra do Heroísmo, Açores. Portanto, os homens também estão em risco e até apresentam uma maior taxa de mortalidade, do que as mulheres, quando sofrem uma fratura da anca.
A densidade óssea está diretamente ligada às fraturas e, por isso, há que prevenir essa perda
O que é importante perceber é que uma fratura de fragilidade está associada à fragilidade do osso. “Ou seja, se tivermos um acidente de viação e partirmos um osso não é porque o nosso osso está fraco, mas porque o impacto que aconteceu fez com que aquela energia fosse superior à resistência do osso em qualquer ser humano”, refere a especialista.
Quando falamos de fraturas por fragilidade estamos a falar de uma fratura que decorre de um osso que é frágil e que tem uma doença que é chamada osteoporose. Essas fraturas são todas as que ocorrem em ossos grandes – no braço, no punho, na coxa, na perna, na anca, na coluna vertebral – após uma queda, por vezes, em pequenos acidentes como escorregar ou tropeçar.
Ana Rodrigues explica que estas fraturas devem-se à osteoporose e, portanto, devem ser tratadas. “Neste sentido, deve entender-se que os grandes ossos não se devem partir só porque se cai e quando acontece deve procurar-se um médico especialista. Por oposição, às fraturas dos dedos da mão ou do pé, que são fraturas em ossos pequenos, e que não se associam a fragilidade óssea.”
Recomenda-se uma exposição solar de 10 minutos por dia. O ideal é praticar exercício físico ao ar livre
As fraturas estão associadas a vários fatores. À idade, com o envelhecimento o osso fica mais fraco e há um maior risco de fratura que sobe exponencialmente nas mulheres depois dos 65 anos e nos homens a partir dos 70 anos. Aos estilos de vida, como tabagismo, consumo excessivo de álcool e o facto de não se fazer exercício físico. Estes são fatores de risco que podem ser mudados para evitar a fragilidade do osso e as tais fraturas de fragilidade.
Para as mulheres, o risco começa mais cedo por causa da menopausa. “As fraturas por fragilidade dos ossos são mais frequentes nas mulheres do que nos homens por vários fatores, sendo um deles a menopausa, ou seja, a perda súbita de estrogénio, que é a hormona fundamental na dinâmica do osso.” “É por isso que a mulher perde abruptamente e durante alguns anos quantidade e qualidade de osso após a menopausa e, portanto, começa a estar em risco de partir ossos a partir dos 65 anos”, acrescenta.
O que fazer para evitar que os ossos partam? Evitar os fatores de risco: fazer exercício físico regular, ter um estilo de vida saudável, não abusar no álcool, não fumar, ter um adequado consumo de alimentos ricos em cálcio, nomeadamente leite e seus derivados, e não esquecer uma boa exposição solar. Aconselham-se dez minutos por dia de exposição ao sol. O ideal é praticar exercício físico ao ar livre.