Na confeção artesanal de comida rápida, há receitas apetitosas para inspirar os pequenos chefs a participar no Brincar na Cozinha com Teka.
O hambúrguer da avó Ana, recheado com carne e ovo, preenche as memórias de infância de Bruno Oliveira. Caseiro e rápido de confecionar, servia de alimento na hora de “despachar os netos” para a escola. À mesa, sentavam-se seis primos. Bruno e Ricardo Azeredo, dois dos netos, partilharam os sabores na Hamburgueria d’Avó Ana. À porta do n.º 38, na Praça 5 de Outubro, na Maia, chega pão e carne fresca todos os dias. Da grelha ao cliente contabiliza-se meia dúzia de minutos. No prato infantil não falta cor: há carne, cenoura, alface, tomate, ovo cozido e queijo flamengo.
De norte a sul do país há hambúrgueres artesanais que adicionam saúde às refeições. Nas cozinhas dos chefs trabalham-se os ingredientes: uma bola de carne moída é moldada à mão para dar forma ao hambúrguer. Afinal, comer num restaurante de fast food pode não ser o oposto de bons hábitos alimentares. A frescura dos produtos é o segredo para a alimentação saudável. No manual de instruções para contrariar os excessos, constam molhos caseiros e batatas fritas em azeite. Entre as fatias do pão, acomodam-se ainda os legumes.
Inventar com frango
“É possível comer quase tudo”, realça Paulo Queirós, chef e proprietário da Hamburgueria Maneirista. No espaço em Coimbra, os congelados e enlatados são barrados à entrada. E a flor de sal substitui o sal grosso. Além de carne de vaca e de frango, há hambúrgueres de salmão picado à mão. Para inspirar os concorrentes do Brincar na Cozinha com Teka, Paulo Queirós inventou uma iguaria de frango, com tomate, ovo cozido, queijo cheddar e espinafres. Aliás, Paulo Queirós não era consumidor assíduo de hambúrgueres antes de abrir o próprio negócio. “Não gostava da carne triturada, sem sabor”, confidencia o chef.
Congelado, só o gelo
Das crianças que passam pelo Santo Burga, em Leça da Palmeira, a maior parte pede para retirar os vegetais do prato. Nestes casos, para a mesa, sai apenas o pão recheado com a carne. Educar é a palavra-chave para João Costa, dono do estabelecimento. “As crianças querem ir às grandes cadeias de fast-food por causa do brinquedo que oferecem. A melhor gorjeta que recebemos é ouvi-las dizer que não vão mais.”
No Santo Burga, todos os hambúrgueres são quadrados. O menu dos Santinhos destina-se à pequenada e inclui uma opção vegetariana. “É à base de grão-de-bico, ervilhas e pimentos. Quando sai da chapa parece que cheira a sopa de legumes”, explica João Costa. O lema da casa que representa é: “De congelado, só temos o gelo”.
Rumo a Faro, ao Burgers & Bowls, onde o açúcar refinado foi banido no fabrico do pão infantil. É uma receita desenvolvida pelo chef Jorge Condinho e confecionada por uma padaria local. Para que a consistência seja a ideal, jogam-se com os outros ingredientes. “Nos nossos restaurantes só usamos açúcar mascavo ou mel.”
O menu XS, destinado aos juniores, é composto por carne 100% de novilho vinda do Alentejo. Casa bem com arroz ou batata frita em azeite. “A gordura é mínima. Hoje em dia, o problema está na quantidade que se oferece às crianças”, acredita o chef, que lidera os destinos do restaurante há um ano e meio.