Por uns defendidas, por outros combatidas e quase unânimes para os bebés, as primeiras chupetas surgiram há cinco mil anos, no território que hoje é a Itália. Foi lá que arqueólogos descobriram um estranho objeto datado dessa época, o qual, após algum estudo, vieram a concluir ser um precioso método para acalmar os bebés de então.
Tratava-se de pequenas figuras em barro, em forma de animais e com um pequeno orifício, por onde as crianças podiam sorver pedaços de açúcar e mel. Registos idênticos surgiram ainda um pouco mais a sul, na ilha de Chipre. E também na Grécia.
Mais à frente, outros métodos menos elaborados foram utilizados como protótipos de chupetas. Desde simples espigas de milho a pedaços de osso, passando, até, por pequenos e finos paus. Além de suavizarem as dores das crianças quando os primeiros dentes de leite começavam a rebentar, eram consideradas pelos pais um método eficaz para afastar os maus espíritos e não deixar que estes afetassem o desenvolvimento dos filhos.
No entanto, demorou até que as chupetas fossem consagradas do ponto de vista científico com a publicação de artigos sobre as mesmas em livros médicos. Aconteceu apenas no século XV, na Alemanha, quando vieram mencionadas em registos publicados pelo clínico Bartholomäus Metlinger na obra “Ein Regiment de jungen Kinder”, considerada um dos primeiros guias dedicado às crianças. Ainda rudimentares, eram feitas em linho e, tal como nos primórdios, foram-lhe acrescentados sabores vários – leite, por exemplo, ou até gotas de bebidas alcoólicas, como conhaque.
Entre os séculos XVII e XIX, a forma das chupetas ganhou novo desenvolvimento. Passaram a ser mais uniformes no aspeto, sobretudo com a tentativa dos fabricantes de as assemelhar o mais possível a um mamilo feminino, para que os bebés pudessem imaginar a sensação de estarem a mamar na mãe e, assim, ganharem momentos de tranquilidade. Foi então que a borracha passou a ser utilizada como matéria base para a grande maioria das tetinas.
Aos poucos, adotaram-se medidas de segurança para impedir que as crianças sufocassem com a sucção, como a colocação de bases na envolvência das tetinas. Com o tempo as chupetas foram sendo usadas até cada vez mais tarde na idade, nomeadamente dos três anos em diante, o que trouxe consequências ao nível do desenvolvimento dentário dos pequenos utilizadores.
Especialistas apontam que o uso frequente e tardio pode afetar o normal desenvolvimento dos maxilares, com as consequências delicadas que daí advêm. Além disso, as chupetas são também foco de potenciais alergias, devido à exposição ao ar e à fragilidade imunitária dos bebés. Certo é que, cinco mil anos depois, elas estão aí para durar.
Chupetas do futuro
Novos tempos trazem com eles novidades no imenso mundo das chupetas. O futuro promete pequenas revoluções neste universo particular, como é o caso das chupetas eletrónicas, inventadas no Brasil e que se destacam por possuir um pequeno chip que vai transmitindo para os telemóveis dos pais informações sobre a saúde do bebé, como a temperatura corporal.
Atualmente, a preocupação maior é que as chupetas se tornem menos perigosas para a saúde dos bebés. Já as há ecológicas, fabricadas com borracha natural, livres de toxinas e de potenciais focos de doenças.
As mais usadas são as de látex ou de silicone, consideradas mais resistentes e sem capacidade de levantarem problemas de limpeza para as crianças. Além de, claro, cada vez mais seguras devido a anatomia aperfeiçoada para evitar situações de asfixia.