Metrónomo: pêndulo de perfeição

Foto: Adelino Meireles/Global Imagens

Um clique, um tempo do compasso. E uma ajuda preciosa para quem faz música. Eis o metrónomo, instrumento ideal para execuções metódicas e corretas, sem imperfeições que destruam melodias.

A invenção do metrónomo é alvo de discussão histórica. Há quem a atribua ao alemão Johann Malzel (1772-1838) e quem garanta que a ideia partiu do holandês Dietrich Winkel (1777-1826). A única certeza é que o primeiro a utilizá-lo regularmente foi Ludwig van Beethoven (1770-1827), uma forma de o ajudar quando os seus sinais de perda de audição começaram a tornar-se demasiado evidentes.

Um curioso estudo de quatro académicos – dois suecos e dois americanos -, publicado pela American Mathematical Society, concluiu que os andamentos de Beethoven são mais acelerados do que o habitual nos compositores clássicos precisamente porque os metrónomos que utilizava estavam desafinados e funcionavam a um ritmo mais veloz do que o suposto. Para tal, os autores da pesquisa estudaram 135 pautas originais e perceberam que 66 apresentavam partes “absurdamente rápidas”.

O metrónomo é como que um barómetro da execução musical. Os mais clássicos apresentam a forma de um pêndulo com uma haste metálica e um peso. É precisamente o pêndulo que define a velocidade a que devem ser executados os tempos. À medida que o pêndulo se movimenta emite um som que vai dando orientações aos músicos sobre o que lhes é exigido na execução. Quem preferir tempos mais fluidos, aumenta a velocidade do metrónomo, quem optar por tempos mais lentos escolhe uma celeridade menor.

Apesar de clássicos, estes metrónomos continuam a ser utilizados, embora haja outras variantes mais modernas, e até mais portáteis, com idêntica fiabilidade (ver texto ao lado). Os tempos, esses, podem ir de 40 a 208 batidas por minuto.

A introdução do metrónomo, no século XVIII, não foi isenta de polémica. Compositores, críticos e o próprio público fizeram do aparelho espécie de besta negra destruidora da arte musical. Relatos da época dão conta de críticas a maestros inexpressivos rendidos à ditadura das ordens do metrónomo e com pouco ou nenhum espaço para deixar a imaginação fluir. Sol de pouca dura, porém. O avançar dos anos retirou-lhe o estatuto castrador e atribuiu-lhe papel de relevo entre aqueles que fazem da música arte e profissão. Até hoje.

NOVOS FORMATOS
Geração digital

Os metrónomos digitais e eletrónicos são os mais procurados e garantem total fiabilidade a quem os usa.

Som ou… luz

O tiquetaque já não é o som exclusivo dos metrónomos. Os mais modernos podem apresentar sinais semelhantes a um “bip”. E outros há que apenas emitem uma luz.

Apps no telemóvel

Há várias aplicações que permitem utilizar metrónomos eficazes e práticos a partir de um smartphone.