Ivo Ferreira, realizador português, que viveu vários anos em Macau e aí filmou mais que uma vez, escreveu, sobre o antigo território português: “continua a ser o lugar mais cinematográfico que conheci”.
O realizador não está sozinho no fascínio sentido por este destino, localizado numa pequena península do delta do rio das Pérolas. “Macau”, filme norte-americano de 1952, o britânico “Passagem para Hong Kong”, com Orson Welles, de 1959 ou, mais recentemente, sucessos de bilheteira como “Indiana Jones e o Templo Perdido” ou “Skyfall”, são alguns dos exemplos de filmes que trouxeram as ruas de Macau para o grande ecrã.
É da mistura entre exotismo e tradição, modernidade e herança cultural que se constrói a identidade única de Macau. Um território que não se limita a ser musa do cinema, mas que é, também, apaixonado por ele, em igual medida.
Exemplo maior desta relação é o Festival Internacional de Cinema e Cerimónia de Entrega de Prémios – Macau, mais conhecido como IFFAM, cuja quarta edição decorre de 5 a 10 de dezembro deste ano. Por este palco, passarão mais de 50 filmes internacionais e decorrerão três competições, havendo ainda uma homenagem especial aos 20 anos do estabelecimento de Macau como região administrativa especial.
O evento, organizado pela Direção dos Serviços de Turismo do Governo da RAEM e a Associação de Cultura e Produções de Filmes e Televisão de Macau, é também um ponto de encontro e oportunidade de intercâmbio de classe mundial entre os profissionais da indústria, abrindo portas ao conhecimento e colaboração entre Oriente e Ocidente.
Mas não é apenas com data marcada que o cinema se celebra. Aberta em 2017, a Cinemateca Paixão, instalada num edifício de três andares, é outra declaração de amor ao grande ecrã, projetando filmes locais e internacionais e organizando sessões, debates e fóruns que pretendem envolver a comunidade e os profissionais, aproximando-os.
Outro tipo de experiência é a que oferece o Studio City, um megalómano resort que integra hotel, casino e estúdio de cinema, com variadíssimas opções de entretenimento inspiradas na sétima arte. É o caso da Golden Reel, uma roda gigante que se ergue a 130 metros de altura numa viagem inesquecível, o Batman Dark Flight, um simulador imersivo 4D, onde os participantes “voam” como se estivessem num filme do super-herói, ou a Warner Bros Fun Zone, com 4 mil metros quadrados e diversões para todas as idades, criadas em torno das personagens Warner Bros.
Seja em dezembro, para o IFFAM, ou em qualquer altura do ano, com uma agenda de eventos preenchida, certo é que Macau continuará a apresentar argumentos para inspirar grandes filmes – seja na vida ou no grande ecrã.
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