Kura: o DJ sem fronteiras

Texto de Pedro Emanuel Santos | Fotos: Pedro Rocha/Global Imagens

A agenda de DJ Kura diz tudo. São viagens atrás de viagens, meses que começam em Portugal, passam pela Ásia, vão aos Estados Unidos, atravessam a Europa. Uma azáfama de atuações ao vivo Mundo fora, solicitações que confirmam o estatuto que alcançou no panorama da música eletrónica internacional.

O prémio, qual cereja a cobrir bolo já bem recheado com reconhecimento e sucesso, chegou com o 39.º lugar do ranking da “DJ Mag”, publicação britânica referência da música eletrónica, que lhe conferiu o título de DJ português mais bem referenciado a nível internacional da atualidade.

“Foi uma votação aberta ao público, de popularidade. Não estava mesmo à espera deste excelente sinal de apoio das pessoas”, confessa Kura, pseudónimo musical de Rúben de Almeida, 31 anos. A alcunha vem dos tempos em que fazia da arte urbana e do hip-hop motes de vida artística. “Os meus amigos chamavam-me todos assim e foi ficando.”

Natural de Leiria, há muito que as fronteiras de Kura ultrapassaram margens e muros, graças aos ritmos com que foi incendiando pistas de dança com originais que causaram furor e chamaram a atenção internacional. Tanto assim que não tardou chegar-lhe, há quatro anos, o convite da Spinnin’Records, produtora holandesa que é autêntica catedral dos melhores nomes da cena techno e house, entre outras. “A minha música passou a chegar a países onde as pessoas não teriam a oportunidade de a ouvir se não a gravasse para a Spinnin”, diz.

Antes de assinar pela Spinnin’Records, Kura tinha já sido votado o oitavo melhor produtor de Big Room (nome principal de uma sala de discoteca) e de três números um no top de vendas da Beatport, site de compra de música eletrónica.

“O que faço tem muito que ver com o meu gosto pessoal. Lógico que a responsabilidade vai aumentando, mas continuo a fazer as coisas de forma quase purista e não tanto por objetivos. É amor à música, simplesmente”, define Kura.

Quando falou à “Notícias Magazine”, Kura encontrava-se num dos curtos intervalos que lhe permitiram regressar a Portugal. Indonésia, Japão, Vietname, China, Tailândia, América do Sul e Nova Iorque foram percursos percorridos só neste último par de meses de 2018. A agenda, lá está ela a servir novamente de prova, confirma que a notoriedade e a influência de Kura na música eletrónica são já indesmentíveis.