Já ouviu falar em pólipos? Saiba quais os sinais de alarme do cancro colorretal

Os problemas manifestam-se de várias maneiras e há formas de diagnosticar a doença para que seja possível avançar com o tratamento. A presença de sangue nas fezes ou sangue após as dejeções e a alteração dos hábitos intestinais são sinais de alarme. Fezes em fita, finas e compridas, também podem ser uma manifestação do problema. Mas há mais.

“Podem surgir perda de peso, fadiga, dor abdominal relacionada ou que alivia com as dejeções, urgência (necessidade de ir à casa de banho imediatamente quando surge vontade) ou falsas vontades/tenesmo (sensação de que se tem de evacuar, mas sem conseguir, ou de que não se conseguiu evacuar completamente)”, adianta à NM Isadora Rosa, assistente de Gastrenterologia no IPO de Lisboa. O cancro colorretal tem muito que se lhe diga. Tem uma incidência de cerca de sete mil novos casos por ano e um registo de quatro mil mortes anuais.

O cancro colorretal é mais comum acima dos 60 anos. Embora aconteça nos dois sexos, é ligeiramente mais frequente nos homens.

A idade é o principal fator de risco. A partir dos 50 anos, qualquer pessoa sem qualquer outro fator de risco deve iniciar o rastreio para o cancro colorretal. “A história familiar é outro fator de risco muito importante, nomeadamente a presença de cancro colorretal ou adenomas em familiares, sobretudo de 1.º grau, ou a história familiar de síndromes hereditários associados a um aumento de risco deste cancro, como o síndrome de Lynch.” A história pessoal de doença inflamatória intestinal, ou de alguns tipos de pólipos do cólon, é igualmente relevante.

O que acontece no corpo para que este cancro se manifeste? “A grande maioria destes cancros tem origem em pólipos, que são áreas de crescimento anormal da mucosa do intestino grosso. Esse crescimento anormal resulta de alterações genéticas, que podem ser influenciadas por fatores ambientais, como o tabaco ou a dieta”, responde a especialista.

Na Europa, estima-se que cerca de 1 em cada 20 homens e 1 em cada 35 mulheres venha a desenvolver cancro do cólon ou do reto ao longo da vida.

O diagnóstico é quase sempre feito através de uma colonoscopia, que permite visualizar o cancro e obter biopsias para confirmar o diagnóstico. Mesmo assim, são necessários outros exames para definir o estádio do cancro. Logo que é detetado, devem ser pedidos esses exames e o doente deve ser referenciado a um hospital para orientação.

“Os tratamentos disponíveis dependem do estádio do cancro e podem incluir cirurgia, quimioterapia, radioterapia e/ou tratamentos endoscópicos. Se o cancro for detetado precocemente, é possível ficar curado. Globalmente, mais de 50% dos doentes com cancro do cólon e reto estão vivos cinco anos depois do diagnóstico”, adianta Isadora Rosa.

Há cuidados a ter em qualquer ocasião, como forma de prevenção, como maneira do tratamento correr bem. “O principal, em qualquer altura, é manter uma dieta equilibrada, que inclua cereais, frutas e vegetais, com menor quantidade de gorduras, carnes vermelhas e alimentos curados. O consumo de álcool também deve ser limitado.” A nível físico, deve evitar-se a obesidade e o sedentarismo, ou seja, a atividade física não deve parar, deve ser regular.