Nesta semana o nosso convidado destas entrevistas que nunca fiz é Steve Easterbrook. A maioria dos leitores deve estar a perguntar – quem?! Eu explico. Steve Easterbrook era o CEO da McDonald’s que se demitiu por ter encetado uma relação com uma funcionária da empresa. É estranho ver o CEO da McDonald’s demitir-se por causa de uma happy meal.
A McDonald’s decidiu dispensar-me depois de descobrir que tinha estado numa relação amorosa consensual com uma pessoa que trabalhava na empresa.
Raios, acho que o seu problema foi ter sido uma relação consensual. Basta ver o presidente dos Estados Unidos, etc. Se não tivesse sido consensual, não o conseguiam destituir. Ela acusava-o de violação, o senhor dizia que era mentira, e seguia calmamente com a sua vida. Eu percebia que o dispensassem se o senhor se tivesse envolvido com alguém da Burger King.
Já enviei uma mensagem interna aos nossos trabalhadores, onde admiti o relacionamento e disse que foi um erro. Mas que, se quiserem, podem enviar-me nudes.
Como é que aconteceu esse relacionamento amoroso?
Ela estava com aquela rede no cabelo que os nossos trabalhadores usam quando estão a trabalhar e eu não resisti.
Pelo menos aposto que, para si, foi a funcionária do mês. Eu não conseguia ter uma relação com uma funcionária da McDonald’s.
Por uma questão de princípio?
Não. Por causa do cheiro. O cheiro a McDonald’s não sai nem se formos a uma orgia com pessoas que assam sardinhas. Mas, já que aqui está, tenho de lhe dizer que ando chateado com a McDonald’s em Portugal.
Por causa do Sundae Bloody Sundae?
Não. Eu gosto de humor negro.
Por causa do nazi apoiado pela Fundação Ronald McDonald?
Não, eu tenho mais medo de palhaços do que de nazis. Por causa da comida. O que é que se passa com o McDonald’s em Portugal? Era suposto uma pessoa ir ao Mc para enfardar como fazem os americanos e o que nos oferecem é McBifana, Sopa à lavrador, McLusitano de queijo da ilha em bolo de caco. O que é que vem a ser isto?! Qualquer dia o McChicken é feito com galo de Barcelos.
Não faço ideia do que a empresa para a qual eu trabalhava tem para oferecer em Portugal.
Eu aviso já que não estou disposto a comer os meus McNuggets em prato de barro. E agora, em termos profissionais, o que pensa fazer?
Vou para Portugal.
Boa! Por causa do clima?
Não. Porque vocês, hoje em dia, têm uma hamburgueria em cada esquina.