Escola troca mensalidades por recolha de plástico

Texto de Filipa Neto

A questão ambiental tem vindo a ganhar cada vez mais visibilidade em todo o mundo. Um casal indiano decidiu fundar a Askar Foundation, em Assam, na Índia. Uma escola que incentiva a reciclagem, permitindo, ao mesmo tempo, o acesso gratuito da população mais carenciada ao ensino.

A ideia surgiu quando os fundadores, Parmita Sarma e Mazin Mukhtar, se depararam com o facto de as salas de aula de Assam estarem cobertas por gases tóxicos cuja origem é provocada pela incineração de plástico. Uma prática comum para que a comunidade daquela região indiana se mantenha aquecida.

Assim, todas as semanas, cada jovem entre os 4 e os 15 anos tem de levar para a escola pelo menos 25 objetos de plástico. É uma espécie de trabalho de casa obrigatório e em que os pais também acabam por colaborar.

Os plásticos recolhidos são usados como “tijolos ecológicos”. Ou seja, cerca de 20 a 40 embalagens ou sacos de plástico são introduzidos em garrafas – para que estas fiquem robustas e resistentes -, que, posteriormente, são misturadas com cimento, transformando-se numa útil matéria-prima de construção para novos espaços escolares, incluindo salas de aula.

Além da questão da reciclagem, os estudantes que frequentam o ensino básico aprendem diversas disciplinas como inglês, matemática e ciências. No ensino secundário, os alunos podem contar ainda com aulas de carpintaria, fotografia e costura.

“Queremos treinar os estudantes para saberem como é viver num ambiente ecológico”, explica Borthabur, vice-presidente da Askar Foundation, uma escola que começou com apenas 20 alunos e que, atualmente, possui cerca de uma centena. O objeto é continuar a crescer e expandir o modelo de ensino.