Escócia procura os ossos da “bruxa” Lilias

Em 1704, a escocesa Lilias Adie morreu na prisão depois de confessar – provavelmente sob tortura – que era uma bruxa, que tinha lançado feitiços aos seus vizinhos e que tinha feito sexo com o diabo.

Tinha entre 50 e 60 anos. E nem depois de morta escapou ao ritual de ser queimada numa fogueira, como todas as mulheres que à época eram julgadas por bruxaria. Por fim, acabou enterrada numa praia, na vila de Torryburn. E sobre o seu túmulo foi colocada uma grande pedra. Os habitantes temiam que Lilias pudesse ser reanimada e que voltasse para se vingar.

Porém, em 1852, alguns caçadores de antiguidades conseguiram roubar os seus restos mortais. Mas a única peça do esqueleto que até aos dias de hoje foi identificada é o crânio que se encontra no Museu da Universidade de St. Andrews, Escócia, desde 1904.

Quase 300 anos depois, as autoridades do Conselho de Fife, na Escócia, lançaram uma operação para descobrir e recuperar os restos mortais de Lilias Adie. O objetivo é enterrá-la com dignidade. O arqueólogo Douglas Speirs disse à CNN que, segundo os registos, cerca de 3 500 mulheres foram assassinadas na Escócia, acusadas de bruxaria, entre os anos de 1560 e 1727. Mas suspeita-se que, na verdade, tenham chegado a seis mil.