É normal haver características similares entre membros da mesma família. Tal não era exceção na casa real espanhola que governou entre os séculos XVI e XVIII. Mas as semelhanças eram fora do comum.
Tinham narizes, olhos e maçãs do rosto descaídos. Porém, o que mais se destacava eram as mandíbulas inferiores extremamente sobressaídas, que tornavam o lábio inferior proeminente, afastando-o consideravelmente do superior, realçando o queixo.
A prevalência dessa característica era tão forte que até deu nome a uma condição estética/dentária: o prognatismo mandibular, também conhecido por mandíbula de Habsburgo, já que a Casa de Habsburgo governava diversos países, como Áustria, Espanha e Portugal. Para se eternizarem no poder, os casamentos entre parentes eram comuns.
Por isso, sempre se suspeitou que o prognatismo mandibular de muitos reis espanhóis tivesse razão genética. E essa suspeita foi agora confirmada. Uma equipa de dez cirurgiões maxilofaciais diagnosticou o grau de deformidade facial através de 66 retratos de monarcas, de Felipe I a Carlos II. Os especialistas calcularam o nível de prognatismo mandibular e confirmaram “uma associação entre deformidade facial e endogamia”.