Texto de Filipa Neto
A Tatprof, popular empresa do ramo do alumínio em São Petersburgo, na Rússia, está a realizar uma campanha de “feminilidade” até ao dia 30 de junho. Basta que as trabalhadoras usem um vestido ou uma saia com cinco centímetros acima do joelho, juntamente com uma fotografia enviada aos diretores da empresa, para receberem um acréscimo de 1,30 euros no ordenado habitual. Até agora participaram 60 mulheres.
A empresa pretende que as funcionárias “se sintam mais femininas e charmosas” quando usam esse género de roupa, ideia que não agradou a toda a gente, gerando uma avalanche de críticas nas redes sociais. Muitos usuários ficaram incrédulos e caracterizaram a ideia como “horrível e sexista”. A blogger e jornalista russa Zalina Marshenkulova também reagiu à polémica, denominando-a como “uma campanha da Idade Média”.
Um porta-voz da Tatprof, empresa composta em 70% por trabalhadores masculinos, respondeu aos comentários através da emissora de rádio local Govorit Moskva. O objetivo, defendeu, era “alegrar e descansar dos dias intensos de trabalho”, negando todas as acusações de sexismo.
A “maratona de feminilidade” que a empresa russa planeou possui outros eventos marcados para o mês de junho. O programa inclui uma competição para a funcionária que fizer mais bolos no menor tempo possível. O CEO Sergei Rachkov pretende “manter a essência feminina em todas as mulheres da empresa, para que não tenham cortes de cabelo masculinos, não usem calças, que se dediquem ao artesanato e que criem carinhosamente os filhos.”
